Foi o primeiro vídeo de Prigozhin desde a rebelião do passado mês de junho — e acabaria por ser o último. A 21 de agosto, o chefe do grupo Wagner fez uma prova de vida, publicando um vídeo no Telegram. Apenas dois dias depois, as autoridades russas avançavam com a notícia de que estaria a bordo do seu avião privado quando este caiu, perto da cidade de Tver.
No vídeo divulgado na passada segunda-feira, Prigozhin aparece equipado com uma espingarda, o líder do grupo Wagner aparece num cenário inóspito que parece uma savana apenas com um carro e soldados por trás. O mercenário, que desafiou o Presidente russo numa “marcha pela justiça”, garantiu estar em África, ainda que nunca tenha precisado em que país. “Estão mais de 50ºC”, disse.
“Estamos a trabalhar”, indicou o mercenário que viu a milícia paramilitar que lidera a ter de abandonar a Rússia e a refugiar-se na Bielorrússia, referindo que o grupo Wagner estava a implementar um programa para que a Rússia “se torne ainda mais poderosa em todos os continentes”.
“Justiça e felicidade aos povos africanos”, declarou Yevgeny Prigozhin no vídeo, acrescentando que o grupo Wagner estava a aterrorizar a Al-Qaeda, o Daesh e “outros terroristas” no continente africano.
O chefe da milícia paramilitar referiu também que continua a recrutar “soldados de verdade” e quer prosseguir as “operações especiais” que lhes foram propostas e que prometeu ia “cumprir”.
Após a “marcha pela justiça”, o grupo Wagner saiu da Rússia e está, neste momento, na Bielorrússia. Contudo, não é claro o papel que a milícia paramilitar desempenha em outras partes do globo, nomeadamente em África, onde os mercenários são acusados de serem um braço armado do Kremlin.