Por estranho que pareça, o anúncio da renovação com o Manchester City veio reacender o desejo dos adeptos do Benfica verem Bernardo Silva regressar. O timing em que vai terminar o vínculo com o clube inglês (2026, mais um ano do que tinha) coincide com a altura em que o internacional português assumiu ser provável voltar a Portugal. Com os astros alinhados, só faltava uma confirmação para que o clube encarnado não estivesse à espera de uma chuva de estrelas num dia de nevoeiro.

Foi então que o pai de Bernardo Silva admitiu que o cenário se pode mesmo cumprir. “Ano a ano e passo a passo vamos vendo quais são as oportunidades, não podemos tomar uma decisão a três anos com base numa hipótese que pode ou não acontecer. Obviamente que o Bernardo é um benfiquista e quer regressar ao Benfica. Se é daqui a três anos? Não me parece que a decisão de estender com o Manchester City por mais um ano esteja relacionada com a vinda para o Benfica quando tiver 32 anos. Pode ser uma possibilidade, que é uma possibilidade forte de facto, mas não o colocaria como uma preparação para tal”, explicou em entrevista à Rádio Renascença.

O regresso ao Benfica pode estar a 1042 dias de distância: Bernardo Silva renova até 2026 com o Manchester City

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Bernardo Silva realizou apenas três jogos na equipa principal do Benfica antes de sair para o Mónaco em 2014, por 15 milhões de euros. No fim de contas, o jogador que realizou toda a formação no Seixal deixou muito por fazer de águia ao peito. “É um peso grande muito positivo que o Bernardo tem em cima dele, que é saber que o clube e os adeptos do Benfica gostam dele. Isso é muito importante. Aliás, uma das questões que o fez ficar no City é perceber que é uma pessoa querida. Obviamente que isso pesa sempre nas decisões”, explicou Paulo Silva.

O pai do jogador confirmou ainda que durante o período de negociações, que culminaram na renovação de Bernardo Silva com o clube inglês, o Barcelona, o PSG e o novo El Dorado da Arábia Saudita foram possibilidades fortes para o internacional. “Houve de facto uma proposta e uma intenção de compra da Arábia Saudita que começou em junho. Houve também uma aproximação muito forte, com proposta e vontade por parte do PSG. E houve a continuidade do interesse do Barcelona, que ano após ano vem querendo o Bernardo no plantel. Como é obvio houve também a vontade de manter o Bernardo no Manchester City. As coisas estruturadas e a decisão foi tomada com os pés assentes na terra”.

Paulo Silva conta que o estilo de vida da Arábia Saudita fez com que Bernardo não rumasse ao Médio Oriente apesar do salário prometido. “Neste momento era um trade-off [pouco lucrativo] de aceitar um projeto desportivo com algumas dúvidas grandes, em troca de um salário que era indiscutível. Mas temos de ponderar tudo e perceber que estar na Arábia Saudita não é só um mês, é um ano ou dois e a pergunta é como se vive lá, porque está tudo em mudança. O Bernardo considerou essa hipótese, mas não pareceu a solução mais adequada para aquilo que ele quer na fase da vida em que está”.