Poderia ter sido um ano ainda melhor, caso a equipa tivesse conseguido conquistar a Taça de Portugal numa final perdida frente ao FC Porto, mas cumpriu em mais do que toda a linha as melhores expetativas que se tinham criado. Apesar de ter terminado o Campeonato na terceira posição quando andou no segundo lugar e “ameaçou” algo mais antes da deslocação à Luz para defrontar o futuro campeão Benfica, António Salvador assinalou o 20.º aniversário na liderança dos arsenalistas com o regresso dos Guerreiros do Minho à fase de grupos da Champions após passar as eliminatórias com Backa Topola e Panathinaikos. O sorteio, esse, pode não ter sido agora o mais “simpático” mas o passo europeu pelo qual o clube lutava está dado.
Nas duas presenças anteriores, o Sp. Braga nunca conseguiu passar aos oitavos da competição mas nem por isso deixou de passar uma boa imagem. Em 2010/11, época de estreia que se seguiu a uma temporada onde correu pelo título até à última jornada antes de entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões e acabar a jogar a final da Liga Europa frente ao FC Porto, os minhotos começaram com uma goleada pesada diante do Arsenal em Londres (6-0) e um desaire caseiro com o Shakhtar (3-0) mas conseguiram de seguida somar três vitórias consecutivas (Partizan, 2-0 e 1-0; Arsenal, 2-0) antes de cair apenas na ronda final com o Shakhtar na Ucrânia (2-0). Já em 2012/13, a derrota caseira com o Cluj (2-0) foi corrigida com um triunfo na Turquia com o Galatasaray (2-0) mas o insucesso em Old Trafford diante do Manchester United após ter estado a ganhar por 2-0 (3-2) condicionou o resto da campanha, que terminou com mais três derrotas.
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Agora, e entre possibilidades que poderiam ser mais acessíveis, o Sp. Braga, a partir do pote 3, ficou com um dos indesejados do pote 1 (Nápoles), o mais forte do pote 2 (Real Madrid) e um dos menos acessíveis do pote 4 (Union Berlim), naquele que será um grupo complicado até na luta pelo acesso à Liga Europa.
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“É um grupo de Liga dos Campeões. Temos a oportunidade de, neste sorteio, ser postos à prova com três belíssimas equipas, de campeonatos muito intensos. São equipas que vão exigir muito de nós, mas temos a ambição de ser competitivos e disputar todos os jogos até ao fim. Temos de ter as expectativas equilibradas, no sentido de valorizar aquilo que queremos fazer. Temos um grupo difícil pela frente mas temos a ambição, como tem sido habitual, a identidade deste Sp. Braga. Vamos ter de trabalhar imenso para termos uma equipa que se supere a si própria”, comentou o técnico Artur Jorge aos meios do clube.
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“O Nápoles é uma equipa que dominou o Campeonato italiano na época passada. É um gigante adormecido, com uma excelente massa adepta. Esta época está novamente a corresponder ao que fez na época anterior e será sempre muito difícil, com um padrão e uma linha muito italiana na sua forma de jogar. Depois, se fossemos identificar uma equipa com aquilo que é a competição, escolheríamos o Real Madrid. É a equipa mais titulada, um colosso mundial que vamos ter a oportunidade de defrontar e ter esta sensação de medir forças com os melhores. O Union Berlim conhecemos da Liga Europa na temporada passada. Demonstrou, todo o seu valor em provas nacionais e internacionais, com uma época de excelente nível. Com toda a certeza vai igualar também as nossas metas para a competição”, acrescentou sobre os adversários.
Um Nápoles de Mário Rui que mudou o software tático com o mesmo hardware de jogadores
Ainda a atravessar uma fase de encanto pela história de sonho cumprida na última temporada, quando se sagrou campeão mais de 30 anos depois dos feitos de Diego Armando Maradona no sul de Itália, o Nápoles do lateral Mário Rui tem como principal alteração a troca técnica com a saída de Luciano Spalleti, que se considerou cansado e a necessitar de um período sabático após a passagem pelo clube (entretanto sucedeu a Roberto Mancini na seleção italiana), e a entrada surpresa de Rudi Garcia, ex-treinador de Cristiano Ronaldo no Al Nassr que após ser campeão francês pelo Lille em 2010/11 passou por Roma, Marselha e Lyon.
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Apesar de ter perdido uma pedra importante da equipa como era o central sul-coreano Min-jae Kim (foi para o Bayern por 50 milhões de euros), a equipa reforçou-se com as entradas do fantasista Jesper Lindström (30 milhões, ex-Eintracht) e do central Natan (10 milhões, ex-RB Bragantino), além de ficar a título definitivo com os avançados Giovanni Simeone e Raspadori, e começou a temporada da melhor forma com vitórias frente a Frosinone (3-1) e Sassuolo (2-0) utilizando a mesma base da última época. Depois da chegada aos quartos da Champions em 2022/23, o objetivo do Nápoles passa por consolidar-se na principal competição europeia de clubes mas tem ainda um “fantasma”: o risco de Osimhen ainda rumar à Arábia Saudita…
Anteriores confrontos: nunca se defrontaram
A Real equipa de todos os azares que volta a ter o Bernabéu à altura do seu palmarés
Ia ser sempre uma época atípica no arranque, com o pedido à Liga para que as primeiras três jornadas do Campeonato fossem realizadas fora para dar tempo para finalizar as obras no Santiago Bernabéu (algo que está previsto nos regulamentos), mas o Real Madrid dificilmente poderia imaginar que tanta coisa pudesse acontecer em tão pouco tempo: Courtois sofreu uma grave lesão no joelho, teve de ser operado e chegou por empréstimo Kepa do Chelsea, e logo na primeira partida oficial foi Eder Militão a lesionar-se com a mesma gravidade numa ausência longa que não foi colmatada. Ainda assim, nada mudou em relação ao princípio basilar de 2023/24, provavelmente a última temporada de Carlo Ancelotti no clube: investimento de peso num só reforço (Jude Bellingam, ex-B. Dortmund que custou mais de 100 milhões), reforços low cost para colmatar saídas como as de Karim Benzema, Asensio e Eden Hazard (Joselu para o ataque, Fran García para a lateral esquerda) e a garantia do turco Arda Güler enquanto não chega… Kylian Mbappé.
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Esse poderá ser o maior problema de um clube que, pela história e grandeza, é um crónica candidato a lutar pela vitória em todas as provas em que entra incluindo a Liga dos Campeões: a falta de soluções ofensivas à espera da chegada do francês, algo que Florentino Pérez “avisou” que terá de ser compensado pela formação. Até ao momento, Jude Bellingham, com quatro golos nas três vitórias com Athl. Bilbao (2-0), Almería (3-1) e Celta de Vigo (1-0), tem “disfarçado” essa carência de uma super equipa que se foi renovando de uma forma discreta mas que foi criando uma base para enfrentar a próxima década. Em paralelo com essa estreia em jogos oficiais com a equipa com mais títulos europeus (14), o Sp. Braga viverá não só a primeira experiência de jogar em Madrid como também “apadrinhar” o ano da reabertura total do Santiago Bernabéu.
Anteriores confrontos: nunca se defrontaram
Os Homens de Ferro de Diogo Leite e companhia que entraram só com goleadas
O Union Berlim acaba por ser o mais conhecido entre todos os adversários do Sp. Braga, fruto do cruzamento recente na fase de grupos da Liga Europa com vitórias pela margem mínima de quem jogava, mas também o mais “desconhecido” em termos de histórico e participações na Liga dos Campeões. No entanto, há desde logo essa certeza: ao conseguir chegar à fase de grupos, confirmando o estatuto de revelação da Bundesliga com o quarto lugar depois de várias jornadas onde andou na liderança, o conjunto do central português Diogo Leite (que agora já pertence mesmo aos quadros dos germânicos, após ter estado emprestado na última época pelo FC Porto e ter também passado pelos minhotos na temporada anterior) encontra também uma oportunidade de ouro para se mostrar na maior montra de futebol de clubes na Europa.
Die Gruppe unser ersten Champions League-Gruppenphase ???? #UCLdraw pic.twitter.com/eSyD3H8eH8
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Os Die Eisernen (Homens de Ferro) continuam a ser orientados por Urs Fischer e não tiveram saídas de relevo no defeso, conseguindo algum acrescento de qualidade com as contratações do internacional Robin Goosens ou Kevin Volland (além de garantir em definitivo Diogo Leite), tendo também uma boa entrada oficial na época com três vitórias noutros tantos jogos: 4-0 frente ao Astoria Walldorf para a Taça, 4-1 com Mainz e Darmstadt para a Bundesliga, em mais uma prova da facilidade que tem de fazer golos.
Anteriores confrontos: Liga Europa de 2022/23, 1-0 (V, casa) e 0-1 (D, fora)