O domínio de Verstappen ao longo da temporada, o chamado Maxismo, tem tornado a Fórmula 1 num lugar um monótono. Monza é um dos palcos mais icónicos do mundial e, por isso, trouxe um colorido diferente em termos de narrativa. Desde logo, porque apenas pela quarta vez em 14 corridas este ano, o vencedor da pole-position não foi um dos pilotos da Red Bull uma vez que Carlos Sainz foi o melhor na qualificação deste sábado, mas é caso para dizer que esta qualificação saiu à casa.

Durante a sessão que definiu os lugares da grelha de partida, os dois Ferrari, o de Sainz e Leclerc escaparam a uma sanção uma vez que violaram o período máximo entre as linhas do safety car. O incidente foi apreciado pela FIA e, após o término da qualificação, ficou confirmado que a pole-position ia mesmo ser de Carlos Sainz.

Não só com este sal se temperou o GP de Itália. Lewis Hamilton ficou em oitavo na qualificação, atrás do colega da equipa da Mercedes, George Russell que ficou em quarto. Mais tarde, em declarações à Sky Sports, o sete vezes campeão do mundo sugeriu que Max Verstappen só tem sucesso na Fórmula 1 por não ter um segundo piloto na Red Bull tão forte como o neerlandês. “Na minha opinião, o Valtteri Bottas e todos os meus companheiros de equipa têm sido mais fortes do que os companheiros de equipa que o Max teve”, disse Hamilton. “Jenson Button, Fernando Alonso, George Russell, Valtteri Bottas, Nico Rosberg. Já tive tantos. Esses pilotos foram todos muito fortes, muito consistentes e o Max não correu contra ninguém assim”.

A resposta não tardou. “Talvez ele esteja com um pouco de inveja do nosso sucesso atual”, ripostou Verstappen. “Acho que é muito difícil para a Mercedes lidar com a derrota”, continuou o neerlandês. “No final das contas, também é preciso de ser realista. Se não for possível vencer, então não é possível. É preciso saber apreciar o que as outras equipas estão a fazer. Fizemos isso nos anos em que a Mercedes dominou”. A troca de declarações a fazer lembrar o campeonato de 2021 em que o título se decidiu na última corrida, foi mais acesa do que a luta entre os dois pilotos em pista. Max Verstappen partia para o GP de Itália em segundo lugar, bem mais à frente do que Lewis Hamilton.

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A expectativa era que não fosse um problema de maior para o Red Bull, tendo em conta o ritmo de corrida que o monolugar tem apresentado ao longo do ano, ultrapassar Sainz, defender-se de Leclerc e partir para mais uma vitória que seria histórica. Caso chegasse ao primeiro lugar, o neerlandês alcançava o décimo triunfo consecutivo, garantindo o recorde de mais vitórias seguidas na Fórmula 1. Nessa luta por um lugar na história, Verstappen descolava-se de Sebastian Vettel (9 vitórias seguidas) depois de já ter batido Michael Schumacher (7), Nico Rosberg (7) e Alberto Ascari (7).

O início da corrida teve que ser atrasado devido à imobilização do carro de Yuki Tsunoda na volta de formação. Depois de combatida a impaciência dos pilotos, Sainz conseguiu defender o primeiro lugar no arranque, mas à 15.ª volta Verstappen já liderava o GP de Itália. O início contou com o bom desempenho de Alex Albon que saiu da sexta posição e não só manteve a posição como subiu a quinto.

A maior parte dos pilotos arrancou de pneus médios e trocou para um composto mais duro de modo a não ter que parar nas boxes uma segunda vez. Entretanto, Leclerc e Pérez aproximaram-se de Sainz e o trio acendia a luta pelo segundo lugar. Mais atrás, Lando Norris e Oscar Piastri tocaram-se e quase comprometiam a corrida da McLaren. Nenhum dos dois teve capacidade para responder às manobras de Lewis Hamilton que passou os dois jovens e ocupou o sexto lugar. Pérez ultrapassou facilmente os dois Ferrari. A duas voltas do fim, Leclerc e Sainz lutavam intensamente para saberem quem acompanhava os Red Bull na subida ao pódio, onde Max quase podia ter chegado antes que a concorrência terminasse a corrida.