Ainda na bruma das ondas que vieram da Nova Zelândia depois da histórica presença no Campeonato do Mundo que só não foi mais longe porque um remate ao poste nos descontos impediu que as todas poderosas bicampeãs dos EUA caíssem na fase de grupos, o futebol feminino regressava em termos nacionais este fim de semana e logo com duelos entre os principais candidatos à conquista de títulos na presente temporada. Primeira nota: o equilíbrio. E o Benfica, campeão em título, teve de passar pelas grandes penalidades para superar no Seixal o Sp. Braga depois de um empate a três no tempo regulamentar. Seguia-se a outra meia-final no Minho, com o Sporting a procurar reeditar as últimas duas finais da prova com o velho rival diante de um Famalicão em reestruturação depois de ter conquistado a última edição Taça de Portugal.

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“Gostaria de ter tido mais tempo para preparar o jogo mas no mês que tivemos para fazê-lo, conseguimos fazer uma boa preparação. Não perdemos tempo, foi sempre a acrescentar. Dentro do mês que tivemos para fazer entender primeiro o ‘nós’ e depois o ‘nós’ contra outros, cumprimos. No entanto, o Sporting parte como favorito. Gostaríamos muito de poder dizer outra coisa mas é essa a realidade, até porque o adversário já tem dois anos e uma pré-temporada de avanço. Era injusto colocar a pressão às minhas jogadoras do 50-50 mas sabemos que de vez em quando David ganha ao Golias e em termos mentais estamos a crescer. Sendo a equipa mais nova, é a que tem mais margem”, frisara Miguel Santos, novo treinador do Famalicão.

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“Há sensações muito boas depois da pré-época, com uma boa ligação entre toda a gente. Acho que isso foi o principal, conseguir ter uma equipa, obviamente com gente nova, que vem de fora, com um período de adaptação, gente que sobe também da nossa formação, jovens e juntar estas jogadoras e depois com as que estiveram no Mundial e chegaram mais tarde e que nos orgulharam muito. Foi tempo de juntar toda a gente nestas duas últimas semanas. O Famalicão reforçou-se bem, tem jogadoras de qualidade, tem internacionais portuguesas, internacionais estrangeiras também, tem um treinador muito competente e será, com certeza, um adversário difícil de bater, mas à nossa altura e sabemos que temos capacidade para ir a Famalicão e ganhar. Esse é, claramente, o nosso objetivo”, apontara Mariana Cabral, treinadora do Sporting.

Na última temporada, a jogarem em Alcochete, as leoas conseguiram ser superiores ao Famalicão e vencer por 3-0 nas meias-finais da Supertaça. No entanto, e olhando para o histórico recente, as partidas contra a formação minhota apontavam para tudo menos facilidades, como se viu no empate na derradeira edição do Campeonato. Agora, tudo acabou por ficar resolvido em cinco minutos, com Cláudia Neto a selar o triunfo como tinha acontecido há um ano em Alcochete, no encontro que assinalou a estreia pelo Sporting.

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A partida começou equilibrada, sem grandes oportunidades e com raros momentos em que o jogo se partia até aos 15 minutos finais antes do intervalo em que as leoas conseguiram criar as melhores oportunidades de golo entre uma grande defesa de Luísa Pinheiro após desvio para a própria baliza, uma tentativa de Ana Capeta e um remate de pé esquerdo de Diana Silva que saiu muito perto do poste. O Sporting estava melhor e essa superioridade diante do Famalicão ganhou resultados práticos logo a abrir o segundo tempo: Maísa Correia permitiu mais uma grande intervenção da guarda-redes do Famalicão com um remate cruzado na área mas um desvio infeliz de Regina Pereira para a própria baliza (48′) e uma grande penalidade de Cláudia Neto por falta sobre Diana Silva (53′) praticamente “acabaram” com o jogo a favor das leoas, apesar de um lance de muito perigo a fechar das visitadas com Maria Negrão a acertar de livre direto na trave (84′).