Depois da vitória do Benfica frente ao Sp. Braga no novo modelo competitivo da Supertaça com meias-finais entre as quatro melhores equipas da última época, Sporting e Famalicão discutiam em Alcochete a outra vaga na decisão de Leiria, no dia 26. Em paralelo, o encontro iria também assinalar a estreia de Cláudia Neto pelas leoas após quase uma década e meia a jogar no estrangeiro, entre Espanha (Saragoça e Espanyol), Suécia (Linkoping), Alemanha (Wolfsburgo) e Itália (Fiorentina). E foi na Academia Cristiano Ronaldo, vulgo CR7, que brilhou a outrora CN7 da Seleção feminina, agora com o 17 nas costas.

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“Este modelo competitivo é bastante positivo, faz com que tenhamos mais um jogo e, quantos mais jogos competitivos tivermos, mais evoluímos. Tenho é pena que seja muito cedo. 10 de agosto é muito cedo para se começar uma época mas estamos preparadas. Obviamente, ainda falta crescer mas garanto que estamos prontas para dar uma boa resposta. As jogadoras querem estar no Sporting, sentem-se felizes por estar aqui e isso é essencial para o alto rendimento das atletas. Têm de se sentir felizes, integradas, especialmente as que chegaram agora, porque só assim é que vão dar uma boa resposta. Tivemos reforços de grande qualidade e depois a base da equipa é sempre a mesma, que é a base da formação, é o ADN Sporting, temos muitas jogadoras que foram formadas aqui. O balanço entre experiência e juventude é a essência do clube. É com isso que vamos à luta”, referira Mariana Cabral, treinadora do Sporting.

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“Começar a época já com um jogo destes é de suma importância para nós. É bom para as duas equipas e para o futuro do futebol feminino português. Vamos aproveitar para ver como está o nosso coletivo em termos de entendimento do jogo. Vai dar para avaliarmos aquilo que temos para esta nova temporada. Melhorámos em vários aspetos, acredito que seremos muito competitivos. O Sporting é bastante equilibrado. No início, será um confronto muito estudado mas depois ambas as equipas tenderão a soltar-se e colocarão em prática o seu jogo”, salientara Jorge Barcellos, técnico do Famalicão.

E essa prova de aferição foi feita da pior forma para as visitantes. Apesar das melhorias no plantel para ter ainda mais competitividade nas provas nacionais, o Sporting foi superior como tinha acontecido na Taça de Portugal e agora com uma mais valia que faz toda a diferença no seu jogo, Cláudia Neto. Era apenas o primeiro encontro oficial mas a jogadora de 34 anos depressa assumiu a batuta do conjunto verde e branco, estando em quase todos os lances ofensivos para um triunfo que vai reeditar na final da prova o dérbi lisboeta frente ao Benfica, depois do triunfo por 2-0 do Sporting no Restelo na última temporada.

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Com duas caras novas de início (as internacionais Cláudia Neto, regressada a Portugal após largos anos no estrangeiro, e Ana Capeta, de volta depois de uma passagem pelo Famalicão), o Sporting entrou a todo o gás na partida e em 15 minutos teve uma primeira ameaça por Diana Silva a acertar no poste após um grande passe de Ana Borges (7′) e inaugurou mesmo o marcador por Brenda Pérez, espanhola que ficou nas leoas após um grande ano de estreia e que finalizou da melhor forma uma grande jogada que começara pelo meio e que voltou a ter assistência da capitã Ana Borges (15′). Com Cláudia Neto ao meio a tomar conta de todo o jogo verde e branco, as visitadas dominavam e podiam até ter outra vantagem mas foi o Famalicão a terminar melhor, com Raquel Fernandes a fazer um chapéu pouco ao lado já perto do intervalo (40′).

Ainda antes do descanso, Cláudia Neto voltou a destacar-se mas de bola parada, marcando um canto na esquerda de forma direta que bateu ainda na trave antes de sair. O segundo golo não iria surgia aí mas não tardaria muito mais no segundo tempo, com mais uma grande jogada iniciada por Cláudia Neto que teve Diana Silva a cruzar rasteiro na direita e Ana Capeta a aparecer de rompante na área para fazer o 2-0 (55′). O encontro começava a ficar resolvido e ainda mais assim seria depois do terceiro golo das leoas, com Diana Silva a aparecer bem na profundidade e a rematar de primeira rasteiro sem hipóteses (70′).