O presidente da Câmara da Figueira da Foz considerou esta quinta-feira um “imperativo nacional” a requalificação do Itinerário Complementar 3 (IP3) entre Coimbra e Viseu, no seu todo, e disse que a região Centro não pode continuar a ser maltratada.
As comunidades intermunicipais desta região deviam tomar uma posição de força, porque esta estrada é tão importante como as que desaguam em Lisboa ou no Porto e a região Centro não pode continuar a ser tratada desta maneira”, disse à agência Lusa Pedro Santana Lopes.
O antigo primeiro-ministro, que regressou à presidência da autarquia figueirense [no distrito de Coimbra] nas eleições autárquicas de 2021, defendeu que uma autoestrada de Coimbra para Viseu devia estar feita “há 20 anos ou, pelo menos, há 10 anos”.
Salientando que não é por falta de luta dos autarcas que a estrada não está requalificada, mas sim “por falta de audição de quem manda em Lisboa”, Santana Lopes disse entender que a requalificação total do IP3 “podia ser quase a primeira prioridade dos fundos [comunitários] que existem” para a região.
A prioridade é fazer esta estrada ou alguma equivalente que ligue duas cidades tão importantes e sirva outras, que não tenha os índices de perigosidade que esta tem”, sublinhou.
O autarca da Figueira da Foz mostrou-se “inteiramente disponível para qualquer iniciativa civilizada, mas forte e veemente, que demonstre que isto não pode continuar”, porque se trata de uma estrada perigosa, cuja requalificação imediata “é um imperativo nacional”.
“É uma questão de vidas humanas, de desenvolvimento económico, de mobilidade, defesa do ambiente, mas principalmente vidas humanas, e de respeito”, frisou Santana Lopes, que mostrou esta quinta-feira a sua indignação após ter percorrido parte do IP3.
A duplicação daquela via, com perfil de autoestrada, entre Viseu e Santa Comba Dão, arranca em 2024, num investimento de 130 milhões de euros, disse à Lusa, no início de julho, o deputado socialista João Azevedo.
Esta obra vai ser lançada a muito curto prazo, nos próximos meses, para ter início no ano de 2024. Este troço tem um investimento de cerca de 130 milhões de euros e o prazo de obra estará elencado no concurso”, disse João Azevedo, que é também vereador na Câmara Municipal de Viseu.
Ainda segundo o deputado, “mal se inicie este troço, o Governo vai preparar o modelo e a possibilidade de fazer o novo troço”, incluindo Penacova — Santa Comba.