Piers Morgan já não era propriamente um nome indiferente no mundo britânico e do futebol mas foi depois da entrevista bombástica a Cristiano Ronaldo ainda antes do Campeonato do Mundo do Qatar que se tornou alguém incontornável. Quando conseguia exclusivos, não ficava pedra sobre pedra. E se com o português essa conversa foi o início do fim da relação do número 7 com o Manchester United, com o último convidado isso significou mesmo um fim de linha naquilo que parecia ser um autêntico beco sem saída: Luis Rubiales.
“Sim, claro que me vou demitir. Sim, falei com o meu pai e com as minhas filhas e tenho de preservar a minha dignidade”, diz o presidente suspenso (pela FIFA) da Real Federação Espanhola de Futebol num excerto da entrevista que passará na íntegra nos próximos dias mas que já está a provocar várias reações.
BREAKING: Luis Rubiales has sensationally resigned as President of the Royal Spanish Football Federation following the scandal over him kissing Spain’s Jenni Hermoso at the Women’s World Cup Final. He revealed the news in a world exclusive interview for @PiersUncensored pic.twitter.com/Kl2uQTOzqv
— Piers Morgan (@piersmorgan) September 10, 2023
“Adoro tanto as minhas filhas e sei que elas me adoram tanto… Sou alguém muito feliz e muito orgulhoso delas. São muito, muito próximas de mim. Sobre a minha demissão, sim, claro que me vou demitir porque eu não consigo continuar a fazer o meu trabalho. Falei com o meu pai, falei com as minhas filhas, falei com alguns amigos muito próximos de mim e disseram-me que tenho de me focar em preservar a minha dignidade, continuar com a minha vida porque se não o fizesse iria causar dano a pessoas de quem gosto. Quando alguém não está a pensar apenas em si, porque eu tive de suportar muito ao longo destas últimas três semanas… Isto já não é só sobre mim, afeta outras pessoas. É por isso que penso ser nesta fase a decisão mais inteligente a tomar perante tudo”, referiu ainda Luis Rubiales no mesmo excerto revelado.
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De acordo com a imprensa espanhola, este anúncio de demissão da liderança da RFEF e também da vice-presidência da UEFA acabou por apanhar de surpresa os elementos da Federação, que se questionavam o porquê de não ter acontecido há uma ou duas semanas para evitar tudo o que se sucedeu desde a final do Mundial feminino na Austrália. Em paralelo, existem agora duas hipóteses na RFEF: marcar de imediato uma Assembleia, convocar eleições e encontrar a breve prazo um novo líder ou manter a vigência interina até ao início de 2024 e só aí avançar com um sufrágio eleitoral – a solução preferida pelo Conselho Superior dos Desportos de Espanha, apesar de a lei dizer que as Federações devem ter eleições dois meses após os Jogos.
Aleksander Ceferin, presidente da UEFA que chegou a ser criticado no início do caso por não assumir uma posição de maior força sobre o caso, terá sido a chave para o pedido de demissão de Luis Rubiales, que por inerência era também vice do órgão que tutela o futebol europeu (cargo que vai deixar). Também a FIFA terá pressionado o agora ex-líder da RFEF no sentido de sair pelo próprio pé e evitar outras sanções.
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