Os médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo iniciaram esta quarta-feira uma greve de dois dias para exigir uma “resposta efetiva” ao caderno reivindicativo sindical e uma proposta de grelha salarial digna, adequada à sua formação.

Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a greve regional, que teve início às 00h00 de terça-feira e termina às 24:00 de quinta-feira, abrange os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, Vila Franca de Xira, Garcia de Orta, em Almada, Dr. José de Almeida, em Cascais e os centros hospitalares de Barreiro-Montijo, Setúbal e Psiquiátrico de Lisboa,

São também abrangidos por esta greve os médicos do Instituto de Oftalmologia Gama Pinto (Lisboa), o IPO de Lisboa e o Departamento Medicina Desportiva do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), bem como dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) de Cascais, Loures/Odivelas, Estuário do Tejo, Almada/Seixal, Arco Ribeirinho e Arrábida.

O SIM refere que a greve ocorre “sob a forma de paralisação total e com ausência dos locais de trabalho” e tem como objetivo levar o Governo a dar “uma resposta efetiva ao caderno reivindicativo sindical”.

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Visa também a apresentação pelos ministros das Finanças e da Saúde de “uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública”.

Para explicar as razões da greve à população, o SIM escreveu uma “Carta aberta aos Utentes do SNS” em que afirma que “os médicos fazem esta greve também para melhorar os cuidados de saúde dos portugueses”, apelando, por isso, à compreensão e solidariedade dos cidadãos.

O atual SNS não sobrevive sem milhões de horas extras e o esforço desumano dos médicos, o que coloca em risco a sua saúde e a saúde de quem assistem. Não é possível continuar neste caminho! Os médicos não são super-heróis, a quem tudo pode ser exigido sem necessidade de descanso. Não querem o regime de 52 horas de trabalho semanais proposto pelo Governo, porque isso põe em risco a segurança clínica. Afinal o que querem os médicos? Tão-somente salários dignos, adequados à sua formação e à responsabilidade da sua profissão, horários de trabalho humanos e tempo para ter uma família e se atualizarem cientificamente”, lê-se na carta.

O SIM tem também agendada uma nova greve regional para os dias 27 e 28 de setembro que abrangerá outras instituições de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

As negociações entre sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde iniciaram-se em 2022, mas não tem havido consenso.