Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, terá vendido algumas joias que foram oferecidas por vários países ao antigo Presidente do Brasil. A informação foi avançada pelo próprio durante o depoimento às autoridades brasileiras, adianta a revista Veja.

O antigo assessor terá contado que Bolsonaro lhe pediu para fazer uma avaliação de joias como relógios e pedras preciosas e que chegou mesmo a vender dois relógios de ouro e diamantes, incluindo um Rolex, prenda da Arábia Saudita, nos Estados Unidos. No total, Jair Bolsonaro terá ficado a ganhar cerca de 68 mil dólares e este dinheiro terá sido depositado, inicialmente, na conta do pai de Mauro Cid e só depois entregue em mãos ao então Presidente do Brasil.

Jair Bolsonaro depõe na polícia brasileira sobre joias vendidas no exterior

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Os presidentes, incluindo os do Brasil, recebem diversos presentes em encontros oficiais e Mauro Cid acrescentou ainda que Bolsonaro levou outros objetos valiosos quando deixou o cargo, que foi depois ocupado por Lula da Silva. “O Presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já tinha sido condenado a pagar várias multas”, disse o ex-assessor. “A venda foi imoral? Talvez. Mas não achamos que fosse ilegal”, acrescentou.

Mauro Cid está agora em liberdade condicional, com vigilância eletrónica e obrigatoriedade de permanecer na habitação durante a noite e os fins de semana. O ex-assessor de Bolsonaro foi detido a 3 de maio, por suspeitas de introdução de dados falsos de vacinação contra a covid-19 no certificado de vacinação de Bolsonaro. Saiu da prisão depois de o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, ter aceitado uma proposta de delação premiada feita por Mauro Cid — em que o arguido concorda em colaborar com as autoridades, servindo essa colaboração como atenuante da pena.

“Estava com medo de perseguição, medo de a minha filha não poder ir para a escola, a minha mulher não poder entrar no mercado. Foi isso que aconteceu em relação ao boletim de vacinas”, explicou o antigo assessor no tribunal, citado pela Veja.