A Roma entrava para a quarta jornada da Serie A sem qualquer vitória, somando duas derrotas com o Hellas Verona e o AC Milan e um empate com a Salernitana, e estava afundada no penúltimo lugar da liga italiana. Perto do Olímpico, no início do terceiro ano de José Mourinho no clube, começavam a soar os alarmes da maldição das terceiras temporadas do treinador português.
Na primeira passagem pelo Chelsea, Mourinho deixou o clube por mútuo acordo logo em setembro de 2007, no início da terceira temporada consecutiva nos blues. No Real Madrid, Mourinho deixou o clube em maio de 2013, no fim da terceira temporada consecutiva nos merengues. No Manchester United, Mourinho deixou o clube em dezembro de 2018, a meio da terceira temporada consecutiva nos red devils. Em comum, esses três anos têm a ausência de sucesso desportivo e contínuos e recorrentes desacordos com as cúpulas do Chelsea, do Real Madrid e do Manchester United.
Mourinho voltou, mas o vento não mudou: Roma perde com o AC Milan e ainda não venceu esta temporada
Ainda assim, e mesmo com a derrota na final da Liga Conferência da época passada e o péssimo arranque de temporada, José Mourinho ainda tem defensores no universo da Roma — incluindo um tão importante como Francesco Totti. “Falamos muito um com o outro. Para mim, ele é o número um como treinador. Criticá-lo quando já ganhou mais de 20 títulos? Então, imaginem os outros que ganharam menos. Contestá-lo parece-me uma heresia. Para vencer são precisos jogadores, é essa a base, mas também é preciso um grande treinador que os estimule e os ajude”, atirou o antigo jogador italiano em entrevista ao Corriere dello Sport.
Era neste contexto que a Roma recebia o Empoli este domingo, a única equipa que estava pior do que os giallorossi, sem qualquer ponto conquistado ao longo de três jornadas. Mourinho lançava Cristante, Paredes e Renato Sanches no meio-campo, com Dybala e Lukaku no ataque, e deixava El Shaarawy, Belotti e Zalewski no banco. Do outro lado, Paolo Zanetti tinha o ex-Benfica Ebuehi também na condição de suplente.
A Roma abriu o marcador logo nos instantes iniciais, com Dybala a converter uma grande penalidade (2′) depois de Walukiewicz intercetar um cruzamento de Kristensen com a mão no interior da grande área do Empoli. Renato Sanches aumentou a vantagem ainda dentro dos primeiros 10 minutos, estreando-se a marcar em Itália com um cabeceamento certeiro na área (8′), e o terceiro golo surgiu ainda antes do intervalo e por intermédio de um autogolo de Alberto Grassi (35′).
Ambos os treinadores mexeram ao intervalo, com Mourinho a trocar Renato Sanches por Bove e Zanetti a lançar Bastoni e Ismajli, e Dybala carimbou a goleada ainda antes da hora de jogo num lance em que tirou um adversário da frente e atirou cruzado na cara do guarda-redes (55′). Já no último quarto de hora, Cristante (79′), Lukaku (82′) e Mancini (86′) ainda tiveram tempo para engordar o resultado e dar a primeira grande alegria da época ao Olímpico.
O resultado não voltou a alterar-se até ao fim e a Roma acabou por conquistar a primeira vitória da temporada com uma goleada de grandes proporções perante o Empoli, assegurando um verdadeiro balão de oxigénio antes da visita ao Sheriff no arranque da fase de grupos da Liga Europa.