Era o encontro de duas equipas em situações distintas. De um lado, a Roma ainda procurava a primeira vitória da temporada, por ter somado um empate e uma derrota nas duas primeiras jornadas da Serie A; do outro, o AC Milan procurava manter o pleno de triunfos, já que venceu nas duas primeiras jornadas da Serie A.

Situações à parte, a verdade é que o calendário era algo estranho: Roma e AC Milan encontravam-se numa sexta-feira à noite para um dos jogos mais mediáticos da Serie A e a poucas horas do fecho do mercado de transferências europeu. Ou seja, Roma e AC Milan estavam em campo numa altura em que, entre entradas e saídas, ainda nada estava absolutamente encerrado na Europa.

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As notícias surgiram ainda antes do apito inicial, já que José Mourinho não realizou a habitual conferência de imprensa de antevisão da partida e falou apenas com a DAZN, a plataforma que detém os direitos televisivos da Serie A. Os motivos não foram revelados, mas a verdade é que este era o primeiro jogo do treinador português de regresso ao banco de suplentes da Roma após ter cumprido o castigo decretado na sequência das declarações na final da Liga Europa — um pormaior que poderia apresentar algumas explicações.

“Estou feliz por estar de volta. Quero ganhar”, disse Mourinho, que acabou por comentar a chegada de Lukaku, que foi apresentado aos adeptos antes do apito inicial. “Não o convenci. Disse-lhe que era muito importante para mim, para nós. Conheço-o muito bem e sei que precisa de se sentir desejado, amado. Mas foi uma decisão dele, não teve a minha influência”, atirou sobre o jogador com quem já se tinha cruzado tanto no Chelsea como no Manchester United.

No Olímpico, Lukaku já era opção para Mourinho mas começava no banco, com o treinador português a lançar Belotti e Il Faraone no ataque e Cristante, Paredes e Aouar no meio-campo, sendo que Renato Sanches e Dybala estavam de fora por lesão. Do outro lado, Stefano Pioli colocava Giroud enquanto referência ofensiva e Rafael Leão, Reijnders e Pulisic no apoio ao francês.

O AC Milan abriu o marcador ainda dentro dos 10 minutos iniciais, com Giroud a converter uma grande penalidade e a marcar pelo terceiro jogo consecutivo na sequência de uma falta de Rui Patrício sobre Loftus-Cheek (9′). Pulisic ficou muito perto de aumentar a vantagem pouco depois, atirando de primeira para uma defesa atenta de Patrício (22′), e a Roma ia demonstrando algumas dificuldades para contrariar a superioridade adversária.

A noite da equipa de José Mourinho ficou ainda pior quando, à passagem da meia-hora, Aouar teve de ser substituído por lesão e deu lugar a Pellegrini. O AC Milan foi para o intervalo a vencer e com um resultado que até pecava por escasso, já que o domínio rossoneri em relação à subjugação giallorossi era evidente — e foi novamente comprovado logo no início da segunda parte. Calabria cruzou na direita e Rafael Leão, de costas para a baliza e numa espécie de pontapé de bicicleta térreo, bateu Rui Patrício e aumentou a vantagem (48′).

O AC Milan ficou reduzido a 10 elementos à passagem da hora de jogo, quando Tomori viu o segundo cartão amarelo e foi expulso, e Stefano Pioli reagiu ao trocar Loftus-Cheek por Kalulu. A Roma teve a primeira grande oportunidade pouco depois, quando Mike Maignan defendeu um remate de El Shaarawy (69′), e Mourinho procurou surfar a onda com a entrada de Spinazzola, Bove e Lukaku de uma vez.

O avançado belga ficou perto de se estrear a marcar com um remate por cima da trave (72′) e Pioli procurou refrescar a equipa ao lançar Chukwueze e Noah Okafor, sendo que Pellegrini também ameaçou a baliza de Mike Maignan com outro pontapé que saiu demasiado por cima (81′). O golo apareceu demasiado tarde, com Spinazzola a reduzir a desvantagem já nos descontos (90+2′), e a Roma não evitou a derrota.

A equipa de José Mourinho leva agora três jornadas consecutivas sem vencer na Serie A, entre duas derrotas e um empate, enquanto que o AC Milan de Stefano Pioli tem três triunfos consecutivos e mantém a liderança da classificação.