O Presidente da República considerou que o Governo do Canadá está aberto a resolver a situação dos portugueses que estão a trabalhar no país mas permanecem em condição ilegal, que admitiu que sejam “dezenas de milhares”.
“Estão a trabalhar no duro no Canadá, e eu penso que há uma abertura muito grande do Governo canadiano para resolver o problema”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, durante um passeio a pé pelo bairro mais português de Toronto, conhecido como “Little Portugal”. O chefe de Estado foi questionado sobre este assunto no fim da sua visita oficial de cinco dias ao Canadá dedicada às comunidades emigrantes portuguesas neste país.
“Ao longo da estadia falei com o primeiro-ministro Trudeau, que concordou que era preciso legalizá-los. Alguns deles estão cá há 10 anos, 15 anos, 20 anos, outros há cinco anos. Eu encontrei vários, que me acenavam no caminho aqui para a universidade [de Toronto], são não legalizados, não documentados”, respondeu o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que também falou deste tema com o ministro da Imigração do Canadá “e ele foi o primeiro a reconhecer que tem de ser resolvido urgentemente”. Realçando que “o Canadá se comprometeu com uma posição de abertura relativamente à imigração”, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “parece que é justo quem antes de tratar da imigração em geralm trate daqueles que já trabalham, já criam riqueza”.
Segundo o Presidente da República, o recenseamento de 2021 indicou que vivem no Canadá perto de 450 mil pessoas de origem portuguesa, mas, além desses, “provavelmente há dezenas de milhares — 10 mil, 15 mil, 20 mil — por todo este continente” que “não estão legalizados, mas são fundamentais” em setores como as águas e o saneamento, infraestruturas e obras públicas.