2021/22 foi o ano de adaptação, com um segundo lugar no Campeonato e uma eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões. 2022/23 foi o ano de evolução, com a conquista do Campeonato e uma nova eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões. 2023/24, obrigatoriamente, terá de ser o ano de afirmação do Barcelona na era pós-Messi — e muito disso passa pela Liga dos Campeões.

Já sem Messi, Piqué, Busquets e Jordi Alba, os catalães iniciavam uma nova campanha europeia com o plantel mais completo dos últimos anos: algo muito potenciado pela chegada de Gündoğan ao meio-campo da equipa, mas também pelos empréstimos de última hora dos portugueses João Félix e João Cancelo. Félix e Cancelo que, durante o fim de semana e contra o Betis, aproveitaram a estreia no onze inicial do Barcelona para se estrearem também a marcar — com o destaque óbvio para o avançado, que procura regressar aos seus melhores dias depois do período menos conseguido no Atl. Madrid.

“Não tremeu o pulso a Xavi na hora de lhe dar a titularidade, consciente de que uma boa parte do futuro êxito de João Félix passa por uma subida na auto-estima. Em apenas alguns minutos e numa só tacada, o português deu razão ao treinador, a Deco, a Jorge Mendes e a Joan Laporta, porque sozinho resolveu o jogo na primeira parte”, escreveu o jornal Marca, em considerações da comunicação social espanhola que há muito não surgiam sobre o internacional português.

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Era neste contexto que o Barcelona se estreava na Liga dos Campeões, esta terça-feira, contra o estreante Antuérpia — e num jogo a contar para o Grupo H onde também estão FC Porto e Shakhtar Donetsk. No Estádio Olímpico, já que o Camp Nou está em obras, Xavi mantinha as ideias do fim de semana e lançava João Cancelo e João Félix no onze inicial, com Gündoğan a ser titular no meio-campo e Oriol Romeu e Ferran Torres a começarem no banco. Do outro lado, num conjunto belga orientado pelo ex-Barcelona Mark van Bommel, o destaque ia para o veterano Alderweireld no eixo defensivo.

Os catalães abriram o marcador ainda no quarto de hora inicial e por intermédio de João Félix, que continua a dar provas de que ainda não vimos o melhor dele. Gündoğan e Lewandowski combinaram muito bem à entrada da grande área e o avançado, com um movimento perfeito para dentro, atirou para o poste mais próximo para surpreender Butez e colocar o Barcelona a vencer (11′).

Menos de 10 minutos depois, o segundo golo. De Jong abriu em Félix na esquerda e o português, com um movimento brilhante, cruzou para o segundo poste e ofereceu o aumentar da vantagem a Lewandowski, que só precisou de encostar de cabeça (19′). O Barcelona dilatou o resultado logo depois, com Jelle Bataille a fazer autogolo a desviar um cruzamento de Raphinha (22′), e ainda poderia ter carimbado a goleada antes do intervalo por intermédio do mesmo Raphinha (34′) e de Félix (39′), que permitiram defesas atentas de Butez.

Xavi não fez alterações ao intervalo e o Barcelona voltou do balneário com vontade de chegar à goleada, sendo que Gündoğan ficou muito perto de aumentar a vantagem logo nos primeiros instantes da segunda parte (47′). E o golo não tardou muito: ainda antes da hora de jogo, Gavi apareceu na grande área sem pedir licença a ninguém e atirou forte e de pé esquerdo para assinar o quarto golo dos catalães (54′).

O Barça não teve receio de entrar em modo gestão logo depois, trocando De Jong e Gavi por Oriol Romeu e Fermín López, mas João Félix ainda não tinha fechado a loja e foi a tempo de bisar com um cabeceamento ao segundo poste depois de um grande cruzamento de Raphinha (66′). O jogador português saiu logo depois, para dar lugar ao jovem Lamine Yamal, e o Barcelona goleou o Antuérpia e assumiu a liderança do Grupo H em conjunto com o FC Porto, que venceu o Shakhtar Donetsk.