O número de pessoas de origem portuguesa a residir nos Estados Unidos aumentou quase 3,5%, passando de 1.405.909, nas estimativas de 2010, para 1.454.262 nos primeiros dados oficiais, relativos ao Censo de 2020, divulgados esta quinta-feira.
A diferença, acima de 48 mil luso-americanos, indica que mais pessoas escreveram “portuguesa” na questão da origem étnica, depois de uma forte campanha do Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS) para incentivar a contagem da comunidade portuguesa.
“Durante o Censo 2020, houve uma oportunidade única para a nossa comunidade provar finalmente que há força nos números”, disse a presidente do PALCUS, Katherine Soares, em declarações enviadas à Lusa.
Estamos contentes porque não só estes números mostram que a nossa comunidade está a crescer, mas também que a população portuguesa nos Estados Unidos já não é apenas uma estimativa ou aproximação”, frisou a responsável.
“Agora temos números oficiais que nos dizem quantos somos e onde estamos”, declarou.
A origem portuguesa é a 13.ª mais registada no país, à frente de origens como suíça, britânica, grega ou dinamarquesa.
O estado com maior população luso-americana é a Califórnia, que agora tem oficialmente 350.011 pessoas de origem portuguesa contabilizadas. O número anterior, das estimativas da American Community Survey (ACS), era de 347 mil.
O Massachusetts tem 265.455 luso-americanos, Havai 91.003, Florida 84.486 (um dos estados que mais tem crescido em população portuguesa), Rhode Island 83.414, Nova Jersey 82.964, Nova Iorque 58.093, Connecticut 50.077 e Texas 40.688.
O Censo 2020 foi o primeiro em que o U.S. Census Bureau atribuiu um código aos portugueses, com duas subidentificações para açorianos e madeirenses.
Os números anteriores da população portuguesa nos Estados Unidos advinham de estimativas oferecidas pelo American Community Survey (ACS) e vinham mostrando um declínio.
No ACS de 2010 os luso-americanos eram 1,405 milhões e no ACS 2015 caíram para 1,372 milhões.
Para a presidente do PALCUS, a inversão desta tendência reflete os resultados do trabalho de incentivo feito pela organização.
O aumento da população portuguesa revelado nos dados do Censo 2020 demonstra que a nossa campanha nacional, Make Portuguese Count, liderada pela anterior diretora Marie Fraley, foi eficaz ao informar a comunidade luso-americana sobre a importância de se autoidentificarem como portugueses”, afirmou Katherine Soares.
A presidente agradeceu a Marie Fraley e às dezenas de “capitães” (designação para líderes da campanha em várias regiões) que trabalharam em todo o país durante mais de dois anos para espalhar a palavra “de que somos portugueses e contamos”.
Estes dados são importantes porque permitem advogar em defesa dos interesses da comunidade, como mais aulas de português nos distritos escolares e maior representatividade em eleições.