O objectivo dos manifestantes era chamar a atenção e o método escolhido foi a paralisação do centro da cidade da moda italiana. A 21 de Setembro, Milão foi palco de uma manifestação em que os intervenientes percorreram a pé, e lentamente, a cidade, visando chamar a atenção para o elevado número de acidentes envolvendo peões e ciclistas.
Contestando a actual política de mobilidade urbana milanesa, os manifestantes fizeram-se ouvir gritando uma frase que diz tudo: “mais segurança, Milão a 30 à hora”. E com a cidade bloqueada pelos manifestantes a passo, não havia outro remédio senão dar ouvidos às exigências dos manifestantes.
Para reforçar a sua posição, ciclistas e peões recordaram que, nos primeiros oito meses do ano, as ruas fizeram mais de 20 vítimas, não só entre peões e ciclistas, como igualmente utilizadores de scooters e motociclos. Defendem, por isso, que a redução da velocidade deverá permitir baixar o número de acidentes e respectivas vítimas, restando saber se a cidade conseguirá fazer fluir o trânsito em tempo útil a esta velocidade.
Para os responsáveis por Milão, a solução passa sobretudo por retirar os carros da cidade, sejam ou não de residentes. Aqui a estratégia passará pelo incremento das taxas para aceder a determinadas zonas, tendo os responsáveis avançado já que, a partir de 30 de Outubro, quem desejar aceder à Área C verá o preço subir dos actuais 5€ para 7,5€, um incremento de 50% que estará igualmente em vigor aos fins-de-semana a partir de 2024.
Segundo os manifestantes, grande parte dos acidentes envolve veículos pesados, de autocarros a camiões de transporte de mercadorias, pelo que também estes vão ficar debaixo de olho das autoridades. A partir do primeiro dia de Outubro, vão ser impedidos de circular na cidade veículos pesados que não possuam sistemas que evitem acidentes com peões, ciclistas e outros veículos que se situem no ângulo morto.