A passagem de José Mourinho pelo Tottenham não deixou grandes saudades tanto aos adeptos dos londrinos como ao próprio treinador português. Mourinho foi despedido 17 meses depois de ser contratado e deixou o clube sem conquistar qualquer troféu, algo que não lhe acontecia desde 2002, já que nem sequer conseguiu disputar a final da Tala da Liga que os spurs acabaram por perder para o Manchester City. Mais de dois anos depois do divórcio, porém, o português continua a ser assunto em Londres.
Numa entrevista à Reuters em que comentou a recente aposta no grego Ange Postecoglou, o presidente do Tottenham recordou as contratações de José Mourinho e Antonio Conte e deixou bem claro ambas foram um erro de cálculo. “São grandes treinadores, mas não para este clube. Para aquilo queremos. Queremos jogar de certa maneira e, se isso significa que vamos demorar um pouco mais a vencer, talvez seja a decisão certa. Foi para isso que trouxemos o Ange. Eu só queria ganhar, tal como todos os outros. A frustração de não vencer e a pressão de alguns jogadores e de grande parte dos adeptos, em como tínhamos de vencer, gastar dinheiro e ter um grande nome como treinador, afetou-me”, disse Daniel Levy, cuja relação tensa com o treinador português nunca foi um segredo.
Longe de Londres, em Itália, a Roma de José Mourinho visitava este domingo o Torino e depois de carimbar as duas primeiras vitórias da temporada na última semana: uma goleada imposta ao Empoli no fim de semana passado e um triunfo perante o Sheriff na fase de grupos da Liga Europa. O técnico português não podia contar com Renato Sanches, que se lesionou na deslocação à Moldávia e vai estar afastado do relvado durante duas semanas, e logo depois do jogo de quinta-feira mostrou-se preocupado com a tendência do jovem médio para lesões.
“Infelizmente, o Renato é assim. Está sempre em risco de lesão, é difícil perceber. O Bayern Munique não percebeu, o PSG não percebeu e nós estamos a tentar entender o porquê. No último jogo fez 45 minutos, descansou três dias e agora lesionou-se novamente. Sentiu alguma coisa muscular e teve de sair”, atirou Mourinho, que contra o Torino lançava Lukaku enquanto referência ofensiva, apoiado por Dybala e Il Faraone, e deixava Belotti, Azmoun e Pellegrini no banco. Do outro lado, na equipa de Ivan Jurić, os ex-Benfica Radonjic e Valentino Lázaro eram ambos titulares.
A primeira parte terminou sem golos e com um ligeiro ascendente da Roma no que toca à posse de bola e à presença no meio-campo adversário. Ainda assim, era o Torino quem criava as melhores oportunidades, chegando ao intervalo com dois remates enquadrados contra zero da equipa de José Mourinho. O nulo só foi desbloqueado a pouco mais de 20 minutos do fim, já depois de Ivan Jurić trocar Radonjic por Vlasic, e o golo surgiu por intermédio de Lukaku: o avançado belga recebeu na área, rodou e atirou rasteiro para colocar a Roma a vencer (66′), tudo numa semana em que disse que sonhou trabalhar com o treinador português “desde os 11 anos”.
Mourinho reagiu ao golo com uma substituição, lançando Zalewski, mas a Roma não conseguiu segurar a vantagem e concedeu o empate, com Zapata a marcar para o Torino já dentro dos últimos cinco minutos (85′). Os giallorossi não conseguiram assim carimbar a terceira vitória consecutiva, voltando a perder terreno e estando já a 10 pontos da liderança do Inter Milão.