O governo de Nagorno-Karabakh disse que pelo menos 1.510 pessoas, consideradas refugiadas do território secessionista, chegaram à Arménia.
A autoproclamada república, também conhecida como Artsakh, indicou, no domingo, que as autoridades arménias já identificaram 1.060 deslocados, enquanto 450 continuam por identificar.
Dos 1.060 identificados, 503 preferiram ficar em casas particulares, enquanto 557 estarão em instalações disponibilizadas pelas autoridades, avançou a agência de notícias estatal arménia Armenpress.
O líder de Artsakh, Samvel Shahramanian, explicou que já partiram 30 autocarros com pessoas que ficaram desalojadas em consequência da intervenção militar do Azerbaijão e que estavam alojadas na base das forças de paz russas em Ivanian.
Muitos dos deslocados expressaram o desejo de se mudarem para casas de familiares em território arménio, destacou Shahramanian, noticiou a rádio pública arménia.
Shahramanian sublinhou que quem quiser partir para a Arménia poderá fazê-lo nos próximos meses.
A 19 de setembro, o Azerbaijão anunciou o lançamento de “operações antiterroristas” no Nagorno-Karabakh, depois da morte de quatro polícias azerbaijaneses e de dois civis, na sequência da explosão de minas colocadas por “sabotadores arménios”, de acordo com Baku.
No dia seguinte, as autoridades do território secessionista, abandonado por Erevan, capitularam e foi acordado um cessar-fogo.
Pelo menos 200 pessoas morreram e 400 ficaram feridas, indicaram os separatistas arménios, e Nagorno-Karabakh viu-se confrontado com uma emergência humanitária, com relatos de escassez de eletricidade, gás, combustível e alimentos.
Na sexta-feira a Comissão Europeia anunciou uma verba de 500 mil euros para reforçar a ajuda humanitária em Nagorno-Karabakh, nomeadamente aos deslocados que fugiram dos recentes conflitos armados no enclave.
No domingo, a Arménia reiterou, em conferência de imprensa, que não tem forças próprias em Nagorno-Karabakh, apesar do que disse ser “declarações falsas” de Baku.
As autoridades arménias apelaram à população para ter calma, esperar informações oficiais sobre todo o processo e “evitar o pânico, a desordem, a violência e os crimes”.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tem previsto visitar esta segunda-feira o enclave azerbaijanês de Nakhchivan, situado entre a Arménia e a Turquia e separado do resto do território do Azerbaijão.
Erdogan vai visitar Nakhchivana a convite do homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev, noticiou a agência de notícias turca, Anatolia. Ambos os líderes vão abordar as relações bilaterais e os últimos acontecimentos em Nagorno-Karabakh.