Bastaram 40 minutos. Hunter Biden chegou ao Tribunal Federal de Delaware perto das 10 horas (15 horas de Lisboa), declarou-se inocente de todos os crimes de que era acusado e saiu menos de uma hora depois.
O filho do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, representado pelo advogado Abbe Lowell, está acusado de três crimes por porte ilegal de arma de fogo, podendo enfrentar até 25 anos de prisão e uma multa de 750 mil dólares (aproximadamente 716 mil euros).
Hunter Biden é acusado de ter mentido durante o ato de compra da arma, ao ter omitido o facto de consumir drogas e álcool na altura, o que, pela lei, o impossibilitava do porte da arma de fogo.
Segundo a CNN, a audiência do filho de Biden durou cerca de 19 minutos, tendo o mesmo ficado “imóvel”, enquanto ouvia a acusação, e falado “apenas quando questionado diretamente pelo juiz”.
“Sim, meritíssimo”, foi a sua resposta quando o juiz Christopher Burke perguntou se percebia os seus direitos como arguido. Depois de se ter declarado inocente, Hunter Biden foi libertado mediante várias condições, nomeadamente “não possuir qualquer arma ou consumir álcool e substâncias controladas”.
Após a audiência, o advogado, Abbe Lowell, solicitou ao juiz uma nova sessão, para que pudessem apresentar as provas reunidas. “Dado que todos sabemos sobre este caso, pedimos uma audiência probatória”, disse.
Estas acusações são o resultado da pressão política do Presidente Trump e dos seus aliados para forçar o Departamento de Justiça a ignorar a lei e deviar as suas políticas em casos como este”, disse aos jornalistas.
O filho de Biden — que, segundo o mesmo canal, desmarcou tudo o que tinha na agenda, devido à chegada de Hunter — podia ter evitado esta ida ao tribunal de Delaware. Isto se, em julho, se tivesse declarado culpado dos crimes de fuga ao fisco, que terão ocorrido entre 2017 e 2018, pondo assim um ponto final na investigação começada ainda durante o mandato de Donald Trump.
O arguido, no entanto, escolheu pronunciar-se inocente, o que motivou o procurador especial nomeado para o investigar, David C. Weiss, a indiciá-lo novamente pelo crime de posse ilegal de arma, no final de setembro.
Filho de Biden pode voltar a tribunal para responder ao crime de posse de arma de fogo
As únicas mudanças relevantes desde julho, quando o procurador dos EUA decidiu não prosseguir com essas acusações exatas contra o Sr. Biden, foram várias decisões judiciais que minam a constitucionalidade da lei em questão e um ataque coordenado e partidário ao nosso sistema de justiça por republicanos de direita”, acrescentou o advogado, à porta do tribunal.