A cumprirem-se as promessas do CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, será dentro de três anos, em 2026, que vai surgir um ID. Tiguan, uma variante puramente eléctrica do SUV compacto alemão que, ao que tudo indica, vai conviver com a terceira geração do popular modelo, a qual vai chegar aos concessionários portugueses algures entre Abril e Junho do próximo ano. Tal não impede, contudo, que o construtor alemão tenha apostado em elevar o nível de electrificação do seu bestseller, propondo versões híbridas plug-in (PHEV) que permitem ao novo Tiguan percorrer cerca de 100 km em modo exclusivamente eléctrico. Mas as novidades não ficam por aí.

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Em termos de medidas, poucas diferenças há face à 2.ª geração deste SUV compacto que, desde que surgiu em 2007, já foi responsável por mais de 7,6 milhões de vendas. O novo Tiguan continua a deitar mão à plataforma MQB evo, pelo que cresce somente 3 cm em comprimento (4,54 m), mantando inalteradas a altura e largura. O incremento do comprimento foi aproveitado sobretudo para ampliar a capacidade da bagageira, que passa a cifrar-se nos 652 litros (mais 37 que anteriormente), se a mala for carregada até à altura dos encostos do banco traseiro.

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Esteticamente há alterações evidentes, com a marca a parecer querer aproximar um modelo que não é eléctrico da identidade estilística da família ID, sobretudo à frente, onde surgem faróis LED muito planos, ligados por uma faixa horizontal. Em prol da eficiência, as aberturas da grelha do radiador foram deslocadas para as extremidades do pára-choques, o que, segundo a marca, optimiza o direccionamento do ar e, por tabela, reduz o coeficiente de resistência aerodinâmica, que cai dos anteriores 0,33 para 0,28 – um bom valor, atendendo a que estamos perante um SUV (mais alto e volumoso).

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A iluminação (fotogaleria acima) também dá um salto em frente, desta feita deitando mão a uma solução que já conhecemos do topo de gama Touareg. Em algumas versões e, dependendo do nível de equipamento, o novo Tiguan pode contar com faróis IQ. Light LED HD (de alta-definição) com um total de 38.400 LED multipixéis a garantir, tanto quanto possível, que o condutor pode conduzir de noite como se fosse de dia. Outra das novidades, igualmente em abono da segurança na estrada, passa pelo reforço dos sistemas de assistência à condução, com o SUV alemão a integrar de série funcionalidades como a assistência à manutenção na faixa de rodagem e de mudança de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, travagem autónoma de emergência e câmara traseira. Opcionalmente, é possível pagar mais por comodidades como o Park Assist Pro, que permite entrar e sair de um estacionamento fora do carro, controlando o veículo através de uma aplicação.

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No interior, o destaque vai principalmente para aquilo que não se vê, o software, com o sistema de infoentretenimento a recorrer à mais recente geração do sistema operativo MIB, o que alegadamente permitirá uma utilização mais intuitiva, fruto de um novo grafismo e disposição dos menus. Este MIB4 vai igualmente ser introduzido pelo Grupo Volkswagen nos futuros eléctricos Cupra Tavascan e ID.7. De resto, em termos de displays, a evolução faz-se na continuidade, com o novo Tiguan a contar com um novo Digital Cockpit, complementado pelo ecrã central que, no limite, chega às 15 polegadas. No volante, desaparecem os comandos tácteis para regressarem os botões tradicionais. Novidade ainda é o facto de a alavanca da caixa de velocidades ter sido deslocada para junto do volante, tal como já estamos habituados nos eléctricos da marca. E isso só é possível porque o Tiguan de nova geração será proposto exclusivamente com caixa automática DSG.

Sob o capot, a oferta de motorizações vai dos tradicionais TDI e TSI, diesel e gasolina, passando pelos mild hybrid eTSI e pelos PHEV (eHybrid). As motorizações electrificadas deitam sempre mão a um motor a gasolina de 1,5 litros que, nas versões eHybrid, debita 150 ou 177 cv, permitindo assim que os Tiguan PHEV sejam os mais potentes da gama (204 ou 272 cv). E são também a opção que se perfila como a mais atractiva para clientes empresariais, fruto dos benefícios fiscais de que usufruem. Com um motor eléctrico de 116 cv alimentado por uma bateria com 19,7 kWh de capacidade, o Tiguan recarregável aceita um máximo de 11 kW de potência em corrente alternada (AC) e 50 kW em corrente contínua (DC). A carga rápida de série é, em si mesma, uma estreia no modelo, mas também a potência em AC foi incrementada (antes era de 3,6 kW). Com mais “pilhas”, o Tiguan vai mais longe, deixando para trás os 55 km de autonomia eléctrica que antes anunciava, para passar a poder percorrer até 100 km em modo zero emissões.