O presidente do Conselho Europeu, o Presidente de França e o primeiro-ministro da Alemanha expressaram esta quinta-feira “apoio firme” à soberania e integridade territorial da Arménia e apelaram à normalização das relações entre este país e o Azerbaijão.
Os três líderes (Charles Michel, Emmanuel Macron e Olaf Scholz) reuniram-se esta quinta-feira em Granada, no sul de Espanha, com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, a quem “sublinharam o seu apoio firme à independência, à soberania, à integridade territorial e à inviolabilidade das fronteiras da Arménia”, segundo um comunicado conjunto divulgado após o encontro.
Segundo a mesma declaração conjunta, “também manifestaram apoio ao fortalecimento” das relações entre a Arménia e a União Europeia, “em todas as suas dimensões”.
Mais em concreto, lê-se no texto, “acordaram na necessidade de dar ajuda humanitária adicional à Arménia, que enfrenta as consequências da recente deslocação em massa” de arménios que viviam na região de Nagorno-Karabakh, que foi alvo de uma ação militar do Azerbaijão em 19 de setembro.
Estes refugiados devem poder exercer livremente o direito de regressar às suas casas e aos seus lugares de residência, sem condições, com monitorização internacional e em respeito pela sua história, pela sua cultura e pelos Direitos Humanos”, defendem os quatro líderes, no comunicado.
Segundo o texto, o presidente do Conselho Europeu, o Presidente francês e os primeiros-ministros da Alemanha e da Arménia “continuam empenhados em todos os esforços no sentido da normalização das relações entre a Arménia e o Azerbaijão, com base no reconhecimento mútuo da soberania, da inviolabilidade das fronteiras e da integridade territorial” dos dois países.
“Apelaram à estrita observância do princípio da não utilização da força e da ameaça de utilização da força”, lê-se no comunicado, em que defendem também uma maior cooperação regional e pedem a reabertura de fronteiras, incluindo entre a Arménia e a Turquia.
Os líderes europeus apelaram à Arménia e ao Azerbaijão para libertarem todos os detidos e para cooperarem na resolução do problema das pessoas desaparecidas e facilitarem os trabalhos de desminagem”, acrescenta-se na mesma nota.
O encontro de Granada ocorreu à margem da cimeira da Comunidade Política Europeia, um fórum que junta perto de 50 países.
À chegada à cimeira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a duplicação, para 10,4 milhões de euros, da ajuda humanitária à Arménia, para responder às necessidades humanitárias geradas pela chegada ao país de 100 mil arménios residentes em Nagorno-Karabakh, e reiterou a condenação à ação militar do Azerbaijão no enclave separatista.
“Apelámos à retoma do diálogo e a uma solução pacífica. É nisso que estamos a trabalhar”, acrescentou, dizendo ainda: “É importante para nós o apoio à Arménia”.
Ao contrário do que era esperado até há poucos dias, não houve em Granada um encontro entre os líderes da Arménia e do Azerbaijão, com Nagorno-Karabakh como tema central, porque o Presidente azeri cancelou a ida à cidade espanhola.
Michel disse de manhã aos jornalistas em Granada que não há lugar à rendição na procura de um acordo entre a Arménia e o Azerbaijão, apesar dos “contratempos”.
A diplomacia europeia está a funcionar. É extremamente importante não nos rendermos, nunca nos rendermos. E penso que os esforços diplomáticos são necessários, incluindo quando há dificuldades, incluindo quando há contratempos”, afirmou.