O antigo Presidente de Moçambique Joaquim Chissano recebe no sábado, em Lisboa, o prémio Carreira, na sétima edição da Gala “Prémios da Lusofonia”, anunciou esta sexta-feira a sua fundação, em Maputo.

De acordo com uma nota da Fundação Joaquim Chissano, o antigo chefe de Estado moçambicano (de novembro de 1986 a fevereiro de 2005) será galardoado nesta gala “em reconhecimento do seu importante papel na edificação da paz, reconciliação, reconstrução, democratização e desenvolvimento da República de Moçambique”.

A fundação recorda que o evento anual, organizado pela Gala de Prémios da Lusofonia, é descrito como um momento de celebração da arte, cultura e cidadania no seio da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP).

A atribuição do ‘Prémio Lusofonia 2023 — Prémio Carreira a Joaquim Alberto Chissano é o corolário de uma vida dedicada ao povo moçambicano, ao bem público global e à cidadania de Língua Portuguesa”, explica a organização desta gala, numa informação consultada pela Lusa.

Joaquim Chissano nasceu em Chibuto, província de Gaza, em 22 de outubro de 1939 e em 1961 chegou a Portugal para tirar o curso de medicina. Contudo, as suas ações relativas ao regime colonial em Moçambique levaram a que tivesse de partir para França.

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Em 1962, na Tanzânia, é uma das personalidades participantes na fundação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).

Após o 25 de Abril em Portugal, Joaquim Chissano assumiu papel de relevo nas negociações entre a Frelimo e o Governo português, que levaram à independência de Moçambique.

No Governo de transição em Moçambique assumiu as funções de primeiro-ministro, tendo vindo a tornar-se ministro dos Negócios Estrangeiros, no Governo liderado por Samora Machel.

Em 1986, Joaquim Chissano assumiu a função de primeiro-ministro e em 6 de novembro do mesmo ano o cargo de Presidente da República, o segundo da história do país, na sequência da morte do primeiro chefe de Estado moçambicano, Samora Machel.

O trajeto de cidadania de Joaquim Chissano foi um trajeto que aliou a intransigente moçambicanidade, à africanidade e à universalidade. Teve sempre, em todas as suas ações, uma visão de modernidade e de concórdia. Tal contexto e atitude veio a ficar bem presente aquando do processo negocial que, em 1992, terminou com a guerra civil que ensombrou a sociedade moçambicana”, recorda a organização da Gala “Prémios da Lusofonia”.

Acrescenta que “após o cumprimento desse serviço ao povo de Moçambique”, Joaquim Chissano “assumiu cargos internacionais de relevância demonstrando o seu peso e alto conceito a nível internacional”, sendo atualmente, também, embaixador da Boa Vontade da CPLP.

Destaque para a assunção da presidência da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) bem como para a presidência da União Africana. A intensa atividade de serviço à paz e ao desenvolvimento social, económico e cultural continua a ser prosseguida, agora enquanto presidente da Fundação Joaquim Chissano, mas também integrado em diversas instituições potenciadoras de ações meritórias e integradoras, ao nível global, sempre a bem da concórdia e do humanismo”, conclui a organização da gala.