O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, exprimiu esta sexta-feira a sua rejeição pelas “conclusões” sobre migrações na cimeira da União Europeia (UE) em Granada.
“Sou o primeiro-ministro da República da Polónia. Sou responsável pela segurança da Polónia e dos seus cidadãos”, indicou Morawiecki na rede social X.
Por esse motivo, como político responsável, rejeito [em maiúsculas] oficialmente todo o parágrafo sobre migrações das conclusões da cimeira”, indicou o primeiro-ministro polaco.
A pressão da Polónia e Hungria levou esta sexta-feira à retirada de um parágrafo sobre as migrações da declaração final do Conselho Europeu informal de Granada, por estes países contestarem as novas regras migratórias e defenderem uma votação por unanimidade.
A informação foi avançada à agência Lusa por fontes europeias, que indicaram que a Declaração de Granada — assim designada numa alusão à cidade espanhola onde decorreu a cimeira informal — foi aprovada por unanimidade, com exclusão do parágrafo das migrações.
Esse parágrafo foi antes substituído por uma declaração do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre a questão migratória, de acordo com as mesmas fontes.
Este foi sempre o ponto de maior discórdia da reunião desta sexta-feira, por Varsóvia e Budapeste insistirem numa menção à necessidade de consenso, face à contestação da votação por maioria qualificada. Com unanimidade, Hungria e Polónia podem vetar.
O parágrafo referia que “a migração é um desafio europeu que exige uma resposta europeia“, nomeadamente no que toca à migração irregular, que “deve ser abordada de imediato e de forma determinada”.
Logo à chegada ao encontro, os primeiros-ministros da Hungria e da Polónia disseram que não há possibilidade de acordo para um pacto de migração e asilo na União Europeia e que vetam “rotundamente” o entendimento anunciado esta semana.