“Ainda ontem tivemos crimes contra órgãos de soberania”. A revelação, sem qualquer detalhe adicional, aconteceu esta manhã, no julgamento do homem acusado por ameaçar o Presidente da República no ano passado (enviou um envelope com uma bala), quando o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, falava na qualidade de testemunha.

Em causa estão ameaças e agressões feitas contra uma juíza do Tribunal de Família e Menores de Matosinhos por um pai que queria condicionar o trabalho da magistrada, levando-a a decidir de acordo com as suas pretensões. Ao que o Observador apurou, trata-se de um homem de 49 anos que era visado num processo que corria naquele tribunal do Norte do país e que chegou mesmo a agredir um segurança do tribunal.

Além das agressões, sabe o Observador, por diversas vezes ameaçou de morte a juíza titular do processo relativo ao seu filho, com o objetivo de a constranger e limitar a sua liberdade para decidir em sentido contrário ao pretendido pelo agressor.

O caso atingiu uma proporção tal, que a magistrada judicial acabou mesmo por, após uma avaliação de risco, ser obrigada a ter segurança pessoal, por parte do corpo de segurança da PSP, acabando mesmo por pedir o seu afastamento do processo.

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O homem, que não terá qualquer atividade profissional fixa, nem morada conhecida, acabou por ser já detido pela Polícia Judiciária. Neste caso, está fortemente indiciado pela prática dos crimes de coação sobre órgão constitucional, injúria agravada, ofensa à integridade física qualificada e ameaça agravada.

Entretanto, estava já referenciado por crimes contra a propriedade, integridade física e liberdade pessoal.

Depois de detido, entretanto presente a tribunal, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação mais gravosa, ou seja, prisão preventiva. A investigação da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária vai entretanto continua.