O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, não comenta a demissão de Paddy Cosgrave, que deixou a liderança da Web Summit após um boicote anunciado por Israel, que foi seguido por grandes tecnológicas, como a Google, a Amazon e a Meta. Já o ex-governante que foi responsável por trazer o evento para Portugal, Paulo Portas, admite a existência de um dano reputacional provocado pelas polémicas declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel.

Em declarações aos jornalistas este domingo, que foram transmitidas pela SIC-Notícias, o presidente da CML afirmou que neste momento é necessário trabalhar para que a Web Summit “corra bem, porque é um evento que é importantíssimo para a cidade”. Embora seja uma cimeira “feita por um operador privado”, não deixa de envolver “também o Estado português”.

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Separando “as coisas” entre o que é o fundador e o que é a empresa, Carlos Moedas reiterou a importância da Web Summit para Lisboa: “Eu quero muito que esta Web Summit aconteça, que aconteça em boas condições. Portanto, vamos continuar a trabalhar para isso”.

Num momento que não considera oportuno para falar sobre a demissão de Paddy Cosgrave, o presidente da Câmara de Lisboa destaca que esta é uma altura de “união”. “É um momento de olharmos para um evento que é importante, que é de tecnologia, que é de inovação. Não é um evento de política ou geopolítica”.

O legado de Paddy Cosgrave na Web Summit e os desafios que deixa ao próximo CEO

Portas: “Não haveria web quanto mais summit sem os judeus inovadores”

No comentário na TVI, este domingo à noite, Paulo Portas diz que “condenar os aliados sem condenar o 7 de outubro foi um lapso, no mínimo”, de Cosgrave. O antigo vice-primeiro-ministro diz que o ex-CEO da comeira teconlógica “não se lembrou” que Israel é um centro de startups e que “é o país do mundo que mais investe em investigação e desenvolvimento”. “Não haveria web quanto mais summit sem os judeus inovadores”, afirmou Portas.

Para o ex-governante e ex-líder do CDS, o evento que vai realizar-se em Portugal no próximo mês “não vai ser afectado, mas tem de resolver um problema de reputação criado por este lapso”.

Foi há pouco mais de 24 horas que Paddy Cosgrave, até então o principal rosto da Web Summit, anunciou que deixava a liderança da cimeira tecnológica após ter feito comentários acerca do conflito entre Israel e o Hamas (considerando que o país estava a cometer “crimes de guerra”), que levaram à saída de diversas empresas e oradores, como a atriz Gillian Anderson. Nessa altura, apesar da saída do CEO, a organização da Web Summit garantiu que o evento deste ano em Lisboa, que se realizará entre 13 e 16 de novembro, “decorrerá como planeado”.

Paddy Cosgrave demite-se da liderança da Web Summit

Artigo atualizado às 23h20 com declarações de Paulo Portas na TVI sobre a saída de Paddy Cosgrave