O Presidente russo afirmou na quinta-feira que o primeiro segmento da estação espacial que Moscovo tenciona construir para substituir a EEI deve ser colocada em órbita em 2027, prometendo prosseguir a conquista do espaço apesar dos fracassos recentes.
A Federação Russa anunciou desde julho de 2022 — na sequência da oposição do Ocidente à invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro — a sua intenção de se retirar da Estação Espacial Internacional (EEI ou, na sigla em Inglês, ISS)), onde os seus astronautas, ou cosmonautas, na sua designação, estão em permanência e na qual assume um papel-chave.
A criação de uma estação orbital russa foi então anunciada como a prioridade para a agência espacial Roscosmos.
“O objetivo é que não haja descontinuidade, que os trabalhos se desenrolem ao ritmo de esgotamento dos recursos da EEI”, declarou Vladimir Putin, na quinta-feira, durante um encontro com técnicos do setor, transmitido pela televisão.
“Em 2027, o primeiro segmento deve ser colocado em órbita”, anunciou Putin.
O setor espacial russo sofre desde há anos problemas de financiamento, escândalos de corrupção e desastres.
A Federação Russa não conseguiu em agosto fazer alunar a sonda Luna-25, no que foi o fracasso da sua primeira missão para o satélite natural da Terra desde 1976.
“Os problemas,… isso acontece. É um domínio de atividade muito complexo. Foi uma experiência negativa, mas que será utilizada para evitar erros”, relativizou Putin, que prometeu manter o financiamento das missões para a Lua.
Por outro lado, chamou a atenção aos dirigentes do setor para que tratem do problema dos salários demasiados baixos da indústria espacial russa, se esforcem por atrair especialistas estrangeiros e envolvam mais as empresas privadas.
Modelo de cooperação internacional que reúne principalmente os EUA e a Federação Russa, a EEI começou a ser montada em 1998. A sua desativação estava prevista para 2024, mas a NASA estimou que poderia funcionar até 2030.