Passaram quase cinco meses. Há quase cinco meses, no início de junho, Manchester United e Manchester City cruzaram-se na final da Taça de Inglaterra: os citizens conquistaram o troféu, uma semana de também levantarem a Liga dos Campeões, e os red devils voltaram a ver o principal rival subir ao degrau mais alto do pódio. Cinco meses depois, o Manchester United voltava a defrontar o Manchester City.

O dérbi da cidade surgia num domingo depois de uma semana de Liga dos Campeões — em que ambas as equipas venceram, com André Onana a defender uma grande penalidade contra o Copenhaga nos descontos e Haaland a ser novamente crucial contra o Young Boys. “Acho que é um jogo que fica acima de outros dérbis. É gigante, porque é Manchester, mas também é o futebol internacional. Todos os olhos vão estar neste jogo, a nível global. Neste momento, estamos a seis pontos deles, temos de chegar lá. Sabemos que temos de progredir, temos de desenvolver. Temos de trabalhar mais e é esse o meu principal foco”, explicou Erik ten Hag, com Pep Guardiola a reconhecer que os red devils eram um verdadeiro adversário, mas a recordar que o Liverpool é o principal oponente dos citizens.

“Houve aquele ano com o Ole [Gunnar Solskjaer], em que estiveram bastante perto, mas de forma geral tem sido o Liverpool. Quando sair do Manchester City, o Liverpool será o meu rival e o nosso rival. Tornaram-se um grande desafio para nós e fizeram com que também nos tornássemos uma equipa melhor, a todos os níveis. Desafiaram-nos como nenhuma outra equipa o conseguiu fazer”, garantiu o treinador espanhol, que já esta temporada tinha sorrido quando questionado sobre a possibilidade de o Manchester United ser um candidato à conquista da Premier League.

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Assim, neste contexto, Ten Hag lançava Amrabat e Eriksen no meio-campo, com Bruno Fernandes, McTominay e Rashford no apoio a Højlund e Diogo Dalot a manter a titularidade na direita da defesa, enquanto que Mason Mount, Antony e Martial ficavam todos no banco. Do outro lado, Guardiola apostava em Jack Grealish, Julián Álvarez e Phil Foden nas costas de Haaland, com Bernardo Sivlva e Rodri também no setor intermédio, sendo que Matheus Nunes era suplente.

O City abriu o marcador ainda na meia-hora inicial, com Haaland a converter uma grande penalidade na sequência de uma falta de Højlund sobre Rodri (26′). Ten Hag mexeu logo ao intervalo, trocando Amrabat por Mount, mas a inferioridade do Manchester United em relação ao adversário era evidente — Grealish ia realizando uma enorme exibição, Old Trafford ficava em silêncio sempre que Bernardo tocava na bola e Álvarez, em claro momento positivo de forma, era o apoio óbvio para Haaland.

O avançado norueguês bisou e aumentou a vantagem logo no início da segunda parte, ao cabecear praticamente sozinho na sequência de um cruzamento de Bernardo na esquerda (49′), e ainda foi a tempo de assistir Phil Foden para o xeque-mate (80′). Ten Hag ainda lançou Garnacho, Reguilón, Antony e Martial, sendo que os últimos dois só entraram nos derradeiros cinco minutos do tempo regulamentar, mas o Manchester United nunca teve capacidade para fazer frente ao rival da cidade e saiu de Old Trafford totalmente derrotado a todos os níveis.

No fim, o Manchester City venceu o Manchester United de forma clara e manteve-se no terceiro lugar da Premier League, atrás de Tottenham e Arsenal, sendo que os red devils ocupam agora a oitava posição a 11 pontos da liderança dos spurs. No fundo, quem tem razão é Pep Guardiola: o United ainda não consegue ser um verdadeiro rival dos citizens.