O presidente do PSD admitiu em Arruda dos Vinhos, que vai também pedir um inquérito parlamentar se o Governo não esclarecer todos os detalhes do negócio da venda da Efacec, que considerou ruinoso.

“Teremos de ter esclarecimentos do ministro da Economia, nós teremos de ter esclarecimentos de todo o Governo e do seu líder. Se esses esclarecimentos não forem cabais, nós no futuro teremos de lançar mão de todos os instrumentos que temos à nossa disposição na Assembleia da República, nomeadamente um inquérito parlamentar”, afirmou aos jornalistas Luís Montenegro.

O líder do PSD falava no final da reunião da Comissão Política Permanente , integrada na visita aos concelhos da distrital Oeste do programa “Sentir Portugal”, depois de o partido ter anunciado que pediu uma audição urgente do ministro da Economia no parlamento.

O social-democrata defendeu que “injetar 400 milhões de euros e vender por 15 é claramente um negócio ruinoso”.

Luís Montenegro “constatou que, mais uma vez, o Governo do Partido Socialista salva empresas com dinheiro dos contribuintes”, concluindo que “isto não é efetivamente gerir bem os recursos públicos” e que “António Costa e o Partido Socialista andam a brincar com o dinheiro dos portugueses”.

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“Andam a injetar dinheiro em empresas para salvar as empresas em prejuízo daquilo que são recursos públicos que podiam ter sido utilizados e podem ser utilizados com outras finalidades”, considerou.

Montenegro considerou que 400 milhões “é mais do que o necessário” para atualizar o tempo das carreiras dos professores, proposta que o PSD fez e foi rejeitada pelo PS.

A Parpública vendeu, esta terça-feira, 100% da Efacec ao fundo alemão Mutares. O Estado tinha nacionalizado a Efacec em 2020, ficando com 70% da empresa aquando do escândalo ‘Luanda Leaks’. A empresa era controlada indiretamente por Isabel dos Santos.

Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o ministro da Economia, António Costa Silva, indicou que a Mutares injetará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias na Efacec.

Já o Estado injetará mais 160 milhões de euros, anunciou. Até hoje, o Estado já tinha injetado 200 milhões de euros na empresa em suprimentos (10 milhões de euros por cada mês desde abril de 2022).