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No norte do país, já se sentem os efeitos da chuva intensa trazida este sábado pela depressão Domingos. Começam a circular nas redes sociais imagens do rio Homem, um afluente do rio Cávado, que galgou as margens, afetando equipamentos de apoio que se encontram nas proximidades. O jornal local “O Vilaverdense” mostra um quiosque de gelados e um sinal de trânsito praticamente coberto pelas águas.

Em Fiscal, no concelho de Amares, em Braga, a subida das águas do rio Homem deixou moinhos com a água quase até ao telhado, conforme mostram imagens nas redes sociais. Os moinhos estão localizados a poucos metros da ponte de Fiscal.

Quatro pessoas, três em Amares e uma em Barcelos, no distrito de Braga, ficaram desalojadas devido a inundações resultantes do mau tempo que assola o país, revelou à Lusa fonte do Comando Sub-Regional do Cávado. Ainda segundo a mesma fonte, as pessoas desalojadas, que não sofreram ferimentos, encontraram abrigo na residência de familiares.

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Ainda no distrito de Braga, em Vila Verde, uma quinta de eventos ficou inundada entre as 7h e as 12h devido ao aumento do caudal do rio Homem, disse à Lusa o responsável daquele equipamento de restauração, José Silva.

A subida das águas danificou diversos equipamentos da quinta, acrescentou a fonte que confirmou não ter nenhum evento agendado para este fim de semana. Os bombeiros locais compareceram no local durante a tarde, após o rio recuperar o seu caudal, para os trabalhos de remoção da água, situação que José Silva estima “ir durante muitas horas”.

Já durante a tarde, a Proteção Civil de Vila Verde, autarquia no distrito de Braga, apelou à população do concelho para se manter afastada de rios e áreas inundadas, face ao risco de arrastamento motivado pelas condições climatéricas.

Em comunicado, é pedido às pessoas que “não se aproximem das linhas de água e zonas inundadas, seja para efeitos de trabalho, de lazer, mera curiosidade ou registo fotográfico”. “O apelo deve-se à necessidade de evitar riscos de arrastamento de pessoas, animais ou viaturas pelas correntes dos caudais e potenciais desabamentos”, indica a Proteção Civil, que alerta que “os níveis dos caudais das linhas de água deverão manter-se elevados ao longo do dia, apesar da diminuição da precipitação ao longo da tarde de sábado”.

Também há registo de mau tempo em Vila Real, onde é visível num vídeo uma corrente forte de água a descer uma ladeira.

Proteção Civil registou 525 ocorrências, principalmente por quedas de árvores

A Proteção Civil já fez um balanço das ocorrências registadas desde a meia noite. Até às 14h25, foram registadas mais de 500 ocorrências relacionadas com o mau tempo, na maioria (55%) relacionadas com quedas de árvores. Há ainda registo de inundações, quedas de elementos de estruturas e limpezas de vias. Nos trabalhos, estiveram envolvidos 1.652 operacionais e 668 veículos, de acordo com a mesma fonte.

Devido ao mau tempo, a Proteção Civil emitiu esta sexta-feira um aviso à população devido às previsões de chuva forte, vento e agitação marítima. É expectável que o vento seja novamente intenso, com rajadas entre 90 a 110 km/h a norte da cadeia Montejunto-Estrela.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou vários distritos de sob aviso vermelho durante o fim-de-semana devido à previsão de agitação marítima. Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob aviso vermelho até ao meio dia de domingo, devido à previsão de “ondas de noroeste com 7 a 9 metros, podendo atingir altura máxima de 15/16 metros”.

No domingo, Faro, Setúbal e Beja vão estar sob aviso vermelho entre as 6h e o meio-dia e Lisboa e Leiria entre a meia-noite e o meio-dia também devido à previsão de agitação marítima.

O IPMA emitiu também aviso laranja para a Costa Norte da Madeira e Porto Santo por causa da agitação marítima entre as 03h00 e 21h00 de domingo.

O aviso vermelho é o mais grave de uma escala de três (vermelho, laranja e amarelo). O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe “situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.