O PS estará pronto para qualquer cenário que se coloque após a demissão-relâmpago de António Costa, quer se trate da convocação de novas eleições ou apenas da indicação de um novo primeiro-ministro. A garantia foi dada esta quinta-feira pelo presidente do partido, Carlos César, na primeira reação oficial do PS após a notícia da saída de Costa.

Numa declaração cheia de elogios ao “legado” da governação do (ainda) líder do PS, Carlos César explicou que agora tudo dependerá da “decisão” de Marcelo Rebelo de Sousa e que só em função dessa tomada de posição — que o Presidente da República deverá tornar pública na quinta-feira, depois de ouvir os partidos e o Conselho de Estado — é que o PS começará a pensar nos próximos passos e a “ajustar” o seu calendário.

Quanto ao futuro do primeiro-ministro, César só deixou uma promessa: “Continuamos a contar com Costa para servir o país e ajudar o PS”. Não se sabe, por agora, em que qualidade poderá fazê-lo, nem sequer se ficará num eventual período de gestão até à morte formal deste Governo ou se abandonará de forma mais imediata do Executivo.

O presidente do PS fez questão de frisar por várias vezes que Costa teve uma atitude “nobre” e “exemplar” ao demitir-se. E, quanto à atuação da Justiça, deixou recados: não só sublinhou que falta saber quais são as suspeitas “concretas” que recaem sobre o primeiro-ministro, como lembrou que a agitação que desembocou numa inusitada crise política surgiu por causa de um comunicado da Procuradoria-Geral da República, que os socialistas têm considerado vago.

“Vivemos momentos que foram inesperados e difíceis para a compreensão dos portugueses em geral e dos socialistas em especial. São notícias que sobressaltaram a sociedade portuguesa e que perturbam as nossas consciências suscitadas, no que ao primeiro-ministro se referem, através de um comunicado do gabinete de imprensa da Procuradoria Geral da República”, atirou.

Pelo meio, deixou agradecimentos e a sua “homenagem” ao legado de Costa. Quanto aos próximos passos, estarão nas mãos do Presidente da República e serão analisados, depois, pelo PS e pela sua Comissão Política Nacional, que tem reunião marcada para quinta-feira.

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