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É uma nova noite de protestos em Espanha contra o acordo para conceder amnistia aos independentistas catalães que protagonizaram a tentativa de autodeterminação da região em 2017. Os espanhóis concentraram-se novamente esta quinta-feira perto da sede nacional PSOE, na rua Ferraz, em Madrid, numa manifestação que está a opor os manifestantes mais pacíficos e os mais radicais.
O ABC Espanha nota que o protesto desta quarta-feira é muito mais pequeno que o anterior e marcado por um tom diferente. É que desta vez os próprios manifestantes estão a repreender e mesmo a expulsar os elementos que se mostram mais violentos. “Fora, fora!”, terão gritado, segundo o jornal espanhol, para afastar um deles do protesto. Noutros casos, depois de serem apontados pelos manifestantes, é a própria polícia que os têm afastado do local.
O mesmo jornal relata que a certo momento um grupo que insultava a polícia começou a cantar o hino Cara al Sol — hino da Falange Espanhola, uma organização política espanhola de inspiração fascista ativa em 1933 e 1934 –, enquanto vários outros faziam a saudação nazi. Em reação, muitos manifestantes respondiam como assobios e gritos para que se fossem embora.
???? TV en DIRECTO | Un grupo comienza a cantar el ‘Cara al sol’ y varios manifestantes hacen el saludo fascista. El cántico es recibido con pitidos y gritos de “fuera” https://t.co/kbHTBn4fco pic.twitter.com/SqkH9Bt8o7
— EL PAÍS (@el_pais) November 8, 2023
Outro grupo carregava uma bandeira franquista, um ato também condenado por muitos manifestantes no local. “Essa bandeira não nos representa”, gritaram, segundo o relato do El País, recebendo por resposta: “A Constituição destrói a nação”.
???? TV en DIRECTO | Tensión entre los manifestantes cuando un grupo ondea una bandera franquista. "Esa bandera no nos representa", gritan algunos. "La Constitución destruye la nación", gritan otros https://t.co/kbHTBn4fco pic.twitter.com/ZemZoJb8KL
— EL PAÍS (@el_pais) November 8, 2023
“Pedro Sánchez para a prisão”, pode ler-se na faixa que alguns manifestantes carregam.
Ao início da noite, a polícia estimava que cerca de mil pessoas participavam no sexto dia consecutivo de protestos, embora admitissem que possam existir mais participantes com o passar das horas.
“A violência não nos representa”, têm gritado vários dos manifestantes, num sinal de que não querem repetir os acontecimentos da noite anterior, em que algumas pessoas atiraram pedras e se queimaram contentores.
Ao final da noite de terça-feira, as manifestações contra a amnistia terminaram com 39 feridos, 29 deles polícias, e com a detenção de seis pessoas. As concentrações ao início da noite em frente de sedes do partido socialista espanhol estão a ser convocadas diariamente nas redes sociais por grupos de extrema-direita e têm sido apoiadas pelo Vox, a terceira força política no parlamento.
39 feridos e seis detidos em distúrbios em manifestação contra amnistia em Madrid