O comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve defendeu quarta-feira a atualização do estudo de risco sísmico, datado de 2009, que permita o desenvolvimento de um novo simulador e a instalação de sistemas de aviso na costa.

“Com a atualização desse estudo, pretendemos ter um novo simulador [de cenários sísmicos] e instalar uma rede complementar de sistemas de aviso em toda a orla costeira vulnerável ao galgamento de águas em caso de tsunami”, disse Vítor Vaz Pinto aos jornalistas.

O responsável, que falava à margem da apresentação do balanço do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais no Algarve, referia-se ao Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, originalmente concluído em 2009 e coordenado pela então Autoridade Nacional de Proteção Civil.

“Esperamos que esse estudo do risco sísmico e alerta de tsunamis seja rapidamente atualizado”, defendeu, explicando que há “vontade política” das autoridades municipais e regional de Proteção Civil e também da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.

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O comandante regional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) frisou que a região “é vulnerável” à questão sísmica: “A questão não é se, é quando. E, portanto, temos de estar mais bem preparados”.

“Partindo do pressuposto de que tudo o que está debaixo da terra se mantém inalterável, tudo o que está à superfície, naturalmente desde 2009 para cá, se alterou — seja edificação, seja população — e tem de ser atualizado”, sublinhou Vítor Vaz Pinto.

O estudo de 2009 levou ao desenvolvimento de um simulador ainda hoje utilizado, que antecipa as zonas mais afetadas e os danos materiais e humanos estimados após a inserção de dados como o epicentro e intensidade do sismo.

Além de um novo simulador, a atualização do estudo permitiria saber em que locais da orla costeira algarvia deve ser instalada uma rede de sirenes de aviso à população, atualmente apenas existentes em Portimão, na sequência de um projeto-piloto realizado em 2018.

“Em caso de ocorrência de sismo, e se houver um tsunami, as pessoas têm de saber como reagir e não podem estar à espera que alguém as venha socorrer. É preciso que cada um de nós saiba o que deve fazer e como se deve comportar numa situação dessas”, acrescentou o comandante regional, lembrando que está ainda a ser preparado um novo plano de emergência para o risco sísmico.

A secretária de Estado da Proteção Civil revelou em fevereiro que os planos de emergência para o risco sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, instrumentos de suporte às operações de proteção civil, vão juntar-se num único documento.

Patrícia Gaspar avançou, numa audição no parlamento, que se vai “juntar esses dois planos num único instrumento”, tendo por base o estudo atualizado da componente sísmica no território.

Para a governante, é “muito mais útil e eficaz” juntar estes dois planos, que são um instrumento de suporte ao sistema de proteção civil para a gestão operacional perante a ocorrência de um sismo.