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Mais de 200 cidadãos estrangeiros ou com dupla nacionalidade deixaram quinta-feira a Faixa de Gaza, através da fronteira de Rafah, junto ao Egito, assim como nove feridos palestinianos acompanhados por nove familiares, adiantaram fontes humanitárias.
De acordo com o diretor da Cruz Vermelha egípcia no Sinai, Raed Abdelnaser Amin, citado pela EFE, “225 estrangeiros, com dupla nacionalidade e egípcios de origem palestiniana chegaram à fronteira de Rafah a partir da Palestina”.
Destacou também que quinta-feira saíram da Faixa de Gaza nove feridos acompanhados por nove familiares, com os quais chegaram a território egípcio, entre os quais o menor Abdulá al Kahil, quen enviou uma mensagem de socorro ao presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi.
O responsável da Cruz Vermelha adiantou ainda que brevemente “se espera que abandonem Gaza 842 estrangeiros, entre eles 193 egípcios de origem palestiniana e 649 estrangeiros dos EUA, Bielorrússia, Suécia, Bósnia e Herzegovina, Bahrein e Cazaquistão, de acordo com a lista de retirados”.
Segundo o acordo para a retirada destes cidadãos, as pessoas que saem de Gaza têm 72 horas para abandonar o Egito, uma responsabilidade que recai nas embaixadas dos países envolvidos.
As autoridades egípcias, em articulação com Israel, autorizaram a saída da Faixa de Gaza de dez cidadãos sinalizados por Portugal, dois dos quais luso-palestinianos, adiantou esta quarta-feira à noite o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
O chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, revelou que se esperava que os 10 cidadãos nacionais e familiares saíssem quinta-feira através da passagem de Rafah, a qual estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito, mas a meio da tarde apontou dificuldades na fronteira que estariam a dificultar o processo.
Em 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que quinta-feira entrou no 41.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.