“Tudo.” O líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo, promete que não vai parar até conseguir travar a lei da amnistia: “Tudo o que o estado de direito e os tratados europeus nos permitam fazer para manter o estado de direito em Espanha. Se não o fizéssemos estaríamos a ser colaboracionistas de uma flagrante ilegalidade”. Na primeira entrevista desde a investidura de Pedro Sánchez, o presidente do Partido Popular (PP) assumiu ao El Mundo que o “primeiro compromisso” é o combate “injustiças, arbitrariedades, privilégios e ilegalidades”.

Duvidando da independência do Tribunal Constitucional espanhol, o líder do PP espera que a União Europeia (UE) aja perante “os delitos de terrorismo e de fraude de fundos públicos”, pedindo uma igualdade de tratamento entre “os países de leste” — como a Polónia e a Hungria — e os “países maduros da UE”, como é o caso de Espanha. Para Alberto Núñez Feijóo, Bruxelas sabe que o que se a passar em Espanha “não cabe no estado de direito espanhol e nos tratados da União”.

Confrontado sobre se acredita que a UE pode realmente alterar a entrada em vigor da lei da amnistia, o presidente do Partido Popular não dá uma resposta contundente: “Estou convencido que esta amnistia é ilegal e imoral. O que faço é política. Não me cabe a mim julgá-la nem estabelecer um expediente contra um estado de direito a um país membro”.

Relativamente ao papel do Senado, no qual o PP tem maioria absoluta, Alberto Núñez Feijóo disse apenas que pedirá “informações que considere oportunas”. Não deixou, no entanto, de criticar a lei da amnistia, que caracterizou como a “mais controversa dos últimos 45 anos”, tendo sido “redigida por advogados das pessoas que vão beneficiar da mesma”.

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Investidura foi uma “moção de censura àr urnas”

Durante a entrevista, Alberto Núñez Feijóo deixou duras criticas à investidura de Pedro Sánchez e também ao líder socialista. Para o popular, a votação que permitiu reeleger o chefe de governo espanhol foi uma “moção de censura nas urnas”: “Não há correspondência com o que se votou. É a primeira vez que se chega a acordo para a investidura fora do país, fora do congresso e com um político que está a ser de buscas”.

Para o líder do PP, o PSOE está “sequestrado” por Pedro Sánchez. “Desmantelou o Partido Socialista e tornou-o no Partido Sanchista. Gostaria de recuperar o PSOE constitucionalista, mas ele não o vai fazer. Nunca o fez”, atirou Alberto Núñez Feijóo, que acusou o adversário de “mentir”. “É muito difícil falar com alguém em que não se acredita.”

No seu papel de líder de oposição, Alberto Núñez Feijóo assinalou que vai fazer o “contrário” de Pedro Sánchez. O seu objetivo é devolver “a esperança em convivência” e sublinhou que o PP vai manter acesa a “chama da igualdade, da liberdade e do estado do direito”.

“Vamos dizer aos espanhóis que este governo será um parêntesis e que precisamos da sua ajuda para que dure o menor tempo possível”, rematou o presidente do PP.