Era o primeiro jogo na Liga dos Campeões, não era propriamente a “estreia” na Liga dos Campeões. Quando se deslocou à Catalunha para defrontar o Barcelona, o Benfica tinha como principal objetivo equilibrar o que esteve demasiado desequilibrado na última época, quase que a confirmar todos os saltos qualitativos que tem dado desde que assumiu o projeto feminino ainda na Segunda Liga. Em parte, conseguiu. Aliás, aquilo que foram os 40 minutos iniciais frente ao atual campeão europeu e espanhol não tiveram muito a ver com a goleada consentida no final por 5-0. Agora, no Seixal, chegava uma segunda parte desse teste à capacidade de crescimento entre os principais conjuntos do Velho Continente com a receção ao Rosengärd, formação sueca que na teoria seria o adversário menos complicado do grupo e que tinha também perdido na ronda inaugural diante do Eintracht Frankfurt. E nem mesmo o dérbi do próximo domingo com o Sporting alterava esse foco.
“O Rosengärd vai ser sempre uma equipa difícil de defrontar, como todas. Não há equipas fáceis na Liga dos Campeões. No ano passado, eram uma equipa muito ofensiva, com um futebol muito direto e com jogadoras rápidas na frente, este ano é uma equipa um pouco mais contida, que se remete mais ao seu processo defensivo mas não deixa de ser perigosa na transição. Vamos ter de estar no nosso melhor para conseguirmos um bom resultado e mostrar que o Benfica está a evoluir na competição”, apontara Filipa Patão, treinadora do Benfica, que recusava qualquer tipo de gestão tendo em conta a necessidade de apontar sempre à vitória.
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“A gestão começou a ser feita na pré-época. Tentámos ao máximo preparar as jogadoras para recuperarem bem. Isso é importante para estarem aptas para qualquer jogo que tenhamos pela frente. Temos um plantel muito competitivo. Todas as jogadoras querem dar o seu contributo e personificam o clube. São sempre lutadoras, acreditam na sua qualidade e estão crentes que podem fazer algo mais. Dérbi? Pensamos jogo a jogo, objetivo a objetivo, e só assim é possível sermos consistentes como temos sido. Todos os jogos vão ser obrigatórios de ganhar. Se queremos ser competitivas na Champions, há que ter esta mentalidade”, frisou.
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Assim, e depois de uma vitória difícil mas importante em Braga com um único golo de Kika Nazareth que permitiu reforçar a liderança no Campeonato só com vitórias, Filipa Patão fez apenas duas alterações em comparação com a equipa que jogou em Barcelona, com as saídas de Catarina Amado e Ana Seiça para os regressos de Carole Costa e Ucheibe (com Laís Araújo a passar para o lado esquerdo da defesa) depois de ter “poupado” Andreia Falcón e Alidou em Braga. E se Rui Costa, presidente do Benfica, andava a perguntar na inauguração da Casa 2.0 de Santarém se Kika Nazareth já tinha marcado, como viria mesmo a acontecer, esta noite no Seixal não preciso sequer de fazer questões e assistiu na bancada a mais um golo decisivo da jovem internacional portuguesa que deu a primeira vitória das encarnadas na competição antes do jogo com o Eintracht Frankfurt, que ganhava ao intervalo ao Barcelona antes da reviravolta catalã para 3-1.
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O Benfica entrou melhor na partida, com uma primeira oportunidade de Kika Nazareth logo nos minutos iniciais com um remate por cima na área (5′) e um cabeceamento de Andreia Faria após cruzamento de Lúcia Alves da direita para defesa segura de Angel Mukasa (12′). Os dados do encontro estavam lançados: quando começavam a organizar jogo a partir de trás, as encarnadas tinham algumas vezes zonas de pressão mais altas por parte das suecas que condicionavam a saída; quando essa linha era superada, sobretudo quando o corredor direito era ativado, havia superioridade e capacidade de criar perigo. No entanto, o passar dos minutos continuava sem que existissem mais oportunidades para inaugurar o marcador, algumas vezes com erros no último passe que condicionavam a finalização. Com isso, o nulo manteve-se até ao intervalo.
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Seria uma questão de tempo até ao 1-0 logo no reatamento: Kika Nazareth surgiu no espaço que tanto gosta entre central e lateral pela direita na área, ganhou uma bola tocada por Jéssica Silva e rematou cruzado sem hipóteses para Mukasa (52′), que logo a abrir tinha evitado o golo de Alidou. O Benfica conseguia chegar a uma preciosa vantagem para gerir de outra forma o jogo, sendo que uma escorregadela de Kika numa zona proibida abriu espaço para Bredgaard ameaçar o empate num remate travado por Lena Pauels (58′). Todavia, a tendência do encontro continuou a ter mais volume ofensivo das encarnadas, que podiam ter fechado de vez as contas pouco depois num remate de Alidou que passou perto do poste antes de o Rosengärd apostar tudo e ver Lena Pauels evitar por duas vezes no mesmo lance o 1-1 a Kadowaki e Sprung (84′).
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