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Treze dos 28 detidos no caso de tráfico de seres humanos e exploração de trabalhadores agrícolas no Alentejo vão aguardar julgamento em prisão preventiva, foi anunciado esta sexta-feira.
A notícia foi avançada pela SIC Notícias, que disse que o tribunal de Évora determinou a prisão preventiva para seis dos suspeitos e a libertação imediata de outros dois, por “falta de indiciação de crimes”, ficando com termo de identidade e residência.
Já o tribunal de Cuba definiu a prisão preventiva para outros sete, tendo determinado que outros 12 ficam com a “obrigação de apresentação periódica, proibição de se ausentarem do país, entrega do passaporte e proibição de contacto com os restantes arguidos, vítimas e trabalhadores dos arguidos”.
Esta terça-feira, 28 pessoas foram detidas numa megaoperação, denominada “Operação Espelho”, de combate ao tráfico de seres humanos levada a cabo pela Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária na zona de Évora — concretamente nos concelhos de Cuba e Ferreira do Alentejo.
Num comunicado, a PJ confirmou que desmantelou uma estrutura criminosa organizada que se dedicava à exploração de trabalhadores imigrantes no Baixo Alentejo.
Voltámos a detetar problemas de sobrelotação. Pessoas a viver em condições com muita falta de higiene. Uma casa de banho para 20 pessoas. Portanto, começámos a perceber bem como é que as pessoas conseguem viver nestas condições”, descreveu inspetora Manuela Santos, da Unidade Nacional de Contra Terrorismo, numa conferência de imprensa.
Além disso, a inspetora disse que os crimes foram denunciados por pessoas que vivam perto das propriedades e não pelas próprias vítimas, “uma vez que se encontram numa situação de grande fragilidade”.
Segundo a responsável, os trabalhadores ganhavam entre 100 e 250 euros por mês, quando lhes prometiam “800, 900, mil ou mais”.
Os cidadãos imigrantes, na sua maioria, eram “aliciados nos seus países de origem, como Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Paquistão, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país”, assinalou. De acordo com a PJ, os suspeitos, de nacionalidade portuguesa e estrangeira, estão indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal, extorsão, branqueamento de capitais, fraude fiscal, ofensas à integridade física, posse de arma de fogo e falsificação de documentos.