Morreu Ryan O’Neal, ator norte-americano que ficou conhecido pelo papel de ‘Oliver’, no filme “Love Story”, de 1970. Tinha 82 anos.
O papel em “Love Story”, onde dava vida a “Oliver Barrett IV”, um jovem de boas famílias que casava com uma jovem a morrer, interpretada por Ali MacGraw, valeu-lhe a única nomeação a um Óscar que recebeu ao longo da sua carreira. O filme foi um enorme sucesso, estando ainda hoje na lista dos 10 filmes mais românticos do mundo do American Filme Institute.
A confirmação foi feita pelo filho numa publicação na rede social Instagram, que não mencionou a causa da morte do ator. “O meu pai tinha 82 anos e viveu a vida em grande”, escreveu o filho, Patrick O’Neal no Instagram. Na publicação de despedida, mencionou a paixão do pai pelo boxe. “Espero que a primeira coisa de que ele se possa gabar no céu é de como disputou dois ’rounds’ com o Joe Frazier em 1966, na televisão nacional, com o Muhammad Ali a fazer o comentário”, escreveu. “Adorava boxe. E atingir o saco.”
“O Ryan nunca se gabou”, descreveu Patrick O’Neal, escolhendo referir-se ao pai pelo nome próprio. “Mas no céu tem direito a gabar-se. Especialmente quando toca à Farrah [Fawcett]. Toda a gente tinha o poster, ele tinha o original.” Agora, diz Patrick O’Neal, “vão reencontrar-se.”
Ryan O’Neal foi durante anos o companheiro da atriz Farrah Fawcett que faleceu em 2009 com 62 anos, vítima de cancro. A atriz ficou para sempre associada ao poster onde surge de fato de banho vermelho, uma sessão que até tem direito a página própria na Wikipédia. A imagem de Fawcett, que brilhou na televisão em “Anjos de Charlie”, foi capturada pelo fotógrafo americano Bruce McBroom em 1976.
O’Neal e Fawcett estiveram juntos quase 20 anos, sem nunca casarem, tendo-se separado em 1997. Mas reconciliaram-se e viviam juntos quando a atriz morreu.
O ator teve os seus desempenhos mais conhecidos na década de 1970 quando contracenou com Barbra Streisand na comédia “What’s Up Doc?” e em “Paper Moon”, um filme onde a ação se passava durante a Grande Depressão do realizador Peter Bogadnovich. Ryan atuou ao lado da filha, Tatum O’Neal, de dez anos que ganhou um Óscar pelo papel. Ainda nos anos de 1970 trabalhou com o realizador Stanley Kubrick no filme de época “Barry Lyndon”.
Vindo de uma carreira na televisão, O’Neal que nunca teve formação de ator e não foi a primeira escolha para o papel que mais reconhecimento que lhe deu no filme Love Story que só conseguiu depois da recusa de Jon Voight, o protagonista do “Midnight Cowboy”. Mas conseguiu manter uma carreira de destaque ao longo dos anos de 1980 e 1990, tendo feito vários filmes. O seu último trabalho em televisão foi na série de crime “Bones”. Em 2011, Ryan O’Neal e a filha Tatum protagonizaram um reality show no canal de cabo da Oprah Winfrey.
Conhecido pelo temperamento explosivo, O’Neal chegou a ser detido numa acusação relacionada com posse de droga, que envolveu também o filho que teve Farrah Fawcett. O ator declarou-se culpado e aceitou ir para um centro de reabilitação, mas durante parte da sua vida enfrentou problemas com a adição que aliás afetaram também os filhos, em particular a mais famosa, Tatum O’Neal.
Não foram reveladas as causas da sua morte, mas a BBC recorda que Ryan O’Neal foi diagnosticado com uma leucemia crónica em 2001 e, mais recentemente em 2012, com um cancro na próstata.