O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) considerou, esta segunda-feira, que a decisão do Governo Regional de suspender o processo de privatização da companhia Azores Airlines “é uma esperança”, mas continua a defender a abertura de um novo processo.
“São dois sentimentos. Um com certo alívio, porque o Governo suspende o processo, mas temos outra preocupação: o júri não suspendeu o próprio concurso e isto deixamos aqui ainda alarmados com a possibilidade deste concurso continuar“, disse o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes, em declarações à agência Lusa.
Na semana passada, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) anunciou a decisão de suspender os processos públicos de alienação da Azores Airlines.
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“A atual situação política na Região Autónoma dos Açores, com o Orçamento Regional inviabilizado pelos partidos da oposição, e a mais do que provável futura dissolução do parlamento regional, com convocação de eleições legislativas regionais antecipadas, impõe, no entendimento ético democrático do Governo Regional dos Açores, a adequada decisão de suspensão dos concursos de alienação para efeitos de privatização, de parte do Setor Público Empresarial Regional”, indicou a Presidência do Governo açoriano num comunicado, divulgado na ocasião.
Contactado pela Lusa, o Sindicato de Pilotos de Aviação Civil voltou a insistir na necessidade de abertura de um novo concurso de privatização da companhia aérea, do grupo SATA, tal como já havia defendido recentemente.
Sendo a privatização da SATA Internacional [Azores Airlines] uma obrigação, o SPAC sugere a realização de novo concurso, com critérios mais robustos e exigentes para escolha de comprador, tendo em conta a idoneidade, estabilidade financeira, experiência no setor da aviação e capacidade de investimento evidenciada pelo futuro parceiro”, alega o SPAC.
O presidente do SPAC vincou à Lusa que o sindicato “não está contra” a privatização da Azores Airlines.
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“Estamos é contra quem neste momento está na corrida para comprar”, apontou Tiago Faria Lopes, assinalando a “importância muito impactante para os Açores” da Azores Airlines.
Neste sentido, o responsável sindical manifestou-se preocupado com o futuro da companhia aérea açoriana, caso a Azores Airlines “seja mal privatizada”.
“Estamos muito preocupados com os postos de trabalho da Azores Airlines, que alimentam economicamente a região, porque muitos dos trabalhadores vivem nos Açores”, sustentou.
O presidente do SPAC alertou, ainda, para “a dívida do anterior Governo Regional” à Azores Airlines.
“Não nos podemos esquecer que o Governo Regional anterior deve à Azores Airlines cerca de 380 milhões de euros de serviços prestados não pagos. E, se o Governo pagar o que deve à Azores Airlines e conseguirmos provar perante a Europa que esta companhia é neste momento extremamente saudável, se calhar é nesse ponto que conseguiremos ter mais tempo para vender a companhia a quem de facto se interesse pela mesma”, sustentou.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).