O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, reafirmou esta terça-feira, em Sines, que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) representa “mais uma oportunidade” para o investimento no património.
O governante lembrou, durante a assinatura de um contrato para a recuperação da Igreja de Nossa Senhora das Salvas, em Sines (Setúbal), que a região do Alentejo foi a que “teve a maior dotação financeira” no âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência.
“Entre a primeira versão do PRR em que o Alentejo tinha 3,5 milhões de euros, [nesta] segunda versão o Alentejo acrescenta 9,2 milhões de euros, perfazendo 12,7 milhões de euros”, afirmou.
Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia que decorreu no interior da igreja, Pedro Adão e Silva, defendeu que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência representou “mais uma oportunidade” para “o investimento no património”.
“A região do Alentejo [é] aquela que tem mais recursos na reprogramação do PRR. Isso permite responder a necessidades que existiam e que estavam identificadas como prioridades”, ressalvou o governante.
Entre elas estão o Convento de Nossa Senhora da Saudação, em Montemor-o-Novo (Évora), as muralhas do Castelo de Alcácer do Sal (Setúbal), a Villa Romana da Torre de Palma, em Monforte (Portalegre), e a Igreja da Nossa Senhora das Salvas, em Sines, exemplificou.
Durante a cerimónia, Pedro Adão e Silva realçou ainda a importância da articulação entre as áreas do património e da criação artística.
“Quando olhamos para aquilo que é o investimento no património temos de facto um reforço muito significativo, através do PRR, mas quando olhamos para aquilo que é o investimento na criação artística ele também foi muito significativo”, frisou o governante, dando como exemplo a companhia local Teatro do Mar que quase “quadruplicou o montante de apoio” financeiro.
O contrato interadministrativo de cooperação para a recuperação da Igreja de Nossa Senhora das Salvas, no valor de 450 mil euros, foi esta terça-feira assinado entre o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural e a Câmara Municipal de Sines.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, as obras de conservação da Igreja da Nossa Senhora das Salvas, classificada como Monumento Nacional, estarão concluídas no final de 2024 no âmbito das comemorações dos 500 anos da morte do navegador Vasco da Gama.
“Estamos a desenvolver um programa para assinalar esta efeméride e obviamente incluirá esta obra de reabilitação da Igreja e inclusive estamos a preparar uma geminação com a cidade de Cochim, na Índia, precisamente onde morreu Vasco da Gama”, avançou o autarca.
Além das obras de conservação da Igreja da Nossa Senhora das Salvas, em Sines, serão assinados ainda esta terça-feira os contratos interadministrativos para a recuperação das muralhas do Castelo de Alcácer do sal, com uma dotação financeira de 1,6 milhões de euros, e da Villa Romana de Torre de Palma, no valor de 300 mil euros.
Em maio, o Governo tinha revelado que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência iria dar mais 40 milhões de euros para a reabilitação e conservação do património cultural nacional, totalizando, neste eixo, 190 milhões.
No final de novembro, foi assinado um aditamento ao contrato de execução do Plano de Recuperação e Resiliência para a Cultura, num valor de 66 milhões de euros, sendo que, para além dos 40 milhões para 30 novas intervenções, “o restante valor [seria] afeto às 42 intervenções já previstas, considerando o aumento dos custos de contexto”.