O presidente da câmara de Oeiras elogiou o legado que o primeiro-ministro vai deixar em matéria de construção de habitação pública, num discurso em que atacou as consequências das opções “neoliberais” do “Governo da troika”.

Isaltino Morais fez um longo discurso na cerimónia de assinatura de um protocolo com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IRHU) para a construção de 770 casas na área que era ocupada pela antiga Estação Aeronaval de Oeiras. Uma sessão que teve a presença do primeiro-ministro, António Costa, e da titular da pasta da Habitação, Marina Gonçalves.

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras começou por dizer que em 1986 assumiu o objetivo de eliminar cinco mil barracas, “mas os não fazedores” chamaram-lhe “utópico”. Referiu que o antigo primeiro-ministro Cavaco Silva despertou para a chaga das barracas não em 1986, como em Oeiras, mas em 1993.

Dirigindo-se ao atual líder do executivo, disse: “Os não fazedores dizem que somos irritantemente otimistas”.

“Eu também sou irritantemente otimista. A inveja é apanágio dos que nada fazem e nunca sonham. Apenas saqueiam e tentam apropriar-se daquilo que os outros fizeram”, sustentou o autarca independentemente e antigo dirigente e ministro do PSD.

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De acordo com Isaltino de Morais, a partir de 2008, até 2018, período que abrange os governos de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho, a construção de habitação pública foi marginalizada e seguiu-se uma política economicista.

E tudo se agravou, na sua perspetiva, com o “neoliberalismo do Governo da troika”, sobretudo com a aprovação da “lei de cristalização dos solos”, que terá agravado de forma drástica os custos de construção e que “conduziu à atual crise”.

“Muitos dizem que o senhor primeiro-ministro não deixa legado nenhum na habitação, mas esses são os mesmos que nunca fizeram nada e que consideram que se pode resolver o problema com construção unicamente no centro das cidades”, apontou.

Mas Isaltino Morais foi ainda mais longe nos elogios: “O senhor primeiro-ministro fez da habitação uma bandeira”.

“Os grandes políticos são capazes de fazer diferente e o primeiro-ministro fez diferente. Quem o critica são os mesmos de sempre, os mesmos que só querem lançar confusão”, acrescentou.