O Instituto Nacional de Estastística (INE) divulgou esta sexta-feira os  resultados do primeiro inquérito às condições de vida, origens e trajetórias da população residente. Cerca de 6,4 milhões de residentes em Portugal entre os 18 e os 74 anos identificam-se como de etnia branca, havendo mais de meio milhão que se dizem pertencentes ao grupo misto (263,2 mil), negros (169,2 mil), asiáticos (56,6 mil) e ciganos (47,5 mil).

Grande maioria dos inquiridos (87,2%) identifica-se apenas como sendo de uma etnia, havendo 0,2% que sinalizou que pertence a mais de um grupo étnico. Por sua vez, um total de 12,6% não souberam ou não preferiram identificar-se com nenhum dos grupos.

Segundo o inquérito, maioria da população residente (95,2%) tem nacionalidade portuguesa, sendo que 89,9% a adquiriu por nascença e 5% posteriormente. Além disso, “mais de três quartos da população (76,3%) afirma ter um sentimento de ligação por Portugal forte ou muito forte”, sendo que “apenas pouco mais de metade (53,5%) tem o mesmo sentimento relativamente à Europa”.

O inquérito apurou igualmente que em Portugal “1,4 milhões de pessoas têm background imigratório, sendo 947,5 mil imigrantes de primeira geração”, sendo que a população que se “identifica com os grupos étnicos negro, asiático e origem ou pertença mista apresenta as maiores proporções de background imigratório (90,3%, 83,7% e 69,2%, respetivamente)”.

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Sobre os imigrantes de primeira geração, o inquérito indicou que são “provenientes de países com os quais Portugal tem ligações culturais, linguísticas e históricas, refletindo a presença de comunidades já estabelecidas”. São oriundos principalmente dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), 30,6%, e do Brasil, 24,2%.

Relativamente à discriminação, mais de 1,2 milhões de pessoas afirmaram que já a sofreram em Portugal. O grupo étnico que mais sentiu discriminado foi o cigano (51,3%), seguido do negro (44,2%) e do com pertence mista (40,4%). Adicionalmente, mais de 4,9 milhões de pessoas consideram existir discriminação em Portugal, sendo que 2,7 milhões (35,9%) já testemunharam esse tipo de situações.

“Grupo étnico, cor da pele, orientação sexual e território de origem constituem os fatores mais relevantes na discriminação percebida e testemunhada”, lê-se nos resultados do inquérito.