O grupo Global Media, que detém jornais como o Diário de Notícias ou o Jornal de Notícias e a TSF, não pagou até agora os salários de dezembro e assume que “não existem, à data de hoje, condições” para fazer esse pagamento.
Numa comunicação interna do grupo, a Comissão Executiva diz que, apesar dos “esforços” desenvolvidos nas últimas semanas, é “obrigada” a comunicar que não tem condições para pagar os salários deste mês.
A situação do grupo é “extremamente grave”, reconhece a nota, atribuindo a degradação da sua situação financeira ao “inesperado recuo do Estado português” relativamente à compra das participações do grupo na agência Lusa ou à “injustificada suspensão da utilização de uma conta caucionada existente no Banco Atlântico Europa há cerca de 6 anos”. A nota refere ainda um “aproveitamento político-partidário que, em época pré-eleitoral, tem sido feito em redor do grupo”, um argumento semelhante ao que o CEO da Global Media, José Paulo Fafe, utilizou para recusar prestar contas sobre a situação do grupo no Parlamento, caracterizando o pedido de audição como uma “iniciativa de caráter eleitoral”.
“Neste momento, a Comissão Executiva não pode adiantar nem se comprometer com qualquer data para o pagamento dos salários de Dezembro, podendo unicamente garantir estar a fazer todos os esforços para que o atraso desse pagamento seja o menor possível”, prossegue a nota, que reconhece o “óbvio sentimento de revolta” dos trabalhadores, pedindo-lhes ainda assim a “compreensão possível” para que este período seja ultrapassado.
A Comissão Executiva diz estar a adotar um conjunto de medidas para garantir “a sobrevivência e normalização de procedimentos para que, a partir de Janeiro, possam salvaguardar a viabilização e a salvação das diferentes marcas e do próprio Global Media”, pedindo para isso “a participação e o esforço de todos”.
Programa de rescisões da Global Media Group termina esta quarta-feira