O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou, esta terça-feira, ter aberto um processo ao Boavista, da I Liga, por eventual incumprimento na entrega de documentação ligada ao controlo de execução orçamental.
Em comunicado publicado no sítio oficial da FPF, a secção profissional do órgão informa que a ação imposta aos portuenses foi instaurada na quarta-feira, dois dias antes de ter chegado à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Fonte do Boavista disse à agência Lusa que o processo está relacionado com a demora verificada na apresentação das contas do exercício 2022/23, que se atrasaram devido à Oferta Pública de Aquisição (OPA) concretizada no verão de 2023 pela sociedade ‘Jogo Bonito’, do acionista axadrezado Gérard Lopez, sobre 49,22% do capital social da SAD.
Essa situação já foi regularizada, de acordo com a mesma fonte, numa altura em que o emblema do Bessa tem liquidado salários em atraso na sua estrutura e precisa de saldar dívidas para desbloquear o impedimento de inscrição de novos atletas ditado pela FIFA.
Vítor Murta garante salários regularizados no Boavista até ao final do dia
Na sexta-feira, em conferência de imprensa, o presidente do Boavista, Vítor Murta, tinha afirmado que os dois meses de ordenados em causa no plantel ficariam “completamente regularizados” até ao final desse dia, reagindo ao incumprimento denunciado pela LPFP.
Em 20 de dezembro, o organismo comunicou que o Boavista, da I Liga, e o Leixões e o Länk Vilaverdense, ambos do escalão secundário, não tinham cumprido a obrigação de mostrar até dia 15 a inexistência de dívidas salariais em setembro, outubro e novembro.
As três sociedades receberam um prazo suplementar de 15 dias, que termina na quarta-feira, para acertarem essa situação, sob pena de, segundo o Regulamento Disciplinar da LPFP, encararem uma subtração de dois a cinco pontos nas provas em que participam.
Em setembro, Boavista e Länk Vilaverdense já tinham necessitado de um período extra para demonstrarem a inexistência de dívidas nos meses de maio, junho, julho e agosto.
Os atrasos salariais no clube portuense levaram ao cancelamento dos treinos em 30 de setembro e 01 de outubro, após as exigências feitas pelos profissionais do departamento médico e pelos funcionários do Estádio do Bessa, que já teriam três meses por liquidar.