Fernando Medina insiste na importância do “rigor nas contas públicas” porque “os portugueses valorizam muito esse objetivo” e “ninguém está em condições de falhar com os portugueses”. Em entrevista ao Observador, revelou que “das grandes vitórias e méritos de António Costa foi ter provado que fazendo uma governação com apoio de partidos à esquerda matérias vitais do compromisso do PS eram intocáveis”, nomeadamente a participação na UE e NATO, nem na “trajetória em direção ao equilíbrio das contas públicas”.

O ministro das Finanças refere que “Pedro Nuno Santos vai ter de provar como primeiro-ministro, [mas] tem dado os sinais corretos relativamente à matéria das contas públicas” e, na visão de Medina, é algo indispensável tendo em conta os resultados eleitorais dos últimos anos. “Os partidos à esquerda ou direita farão um erro muito grande se desvalorizarem o que portugueses transmitem de forma definitiva, que querem contas em ordem e não aventuras. Não voltemos aos tempos de se prometer aquilo que não se tem ou adiar a redução da dívida”, aponta Fernando Medina, realçando que “Pedro Nuno tem dado os sinais claros de seguir esse caminho”.

O apoiante de José Luís Carneiro considera ainda que a sua visão e a de Pedro Nuno Santos “convergem na preocupação” de que, a partir de 2026, o cenário do investimento vai ser diferente devido ao fim do PRR por serem necessários “recursos públicos para compensar” o término desse programa e “a diminuição da capacidade de investimento”, começa por explicar em entrevista ao Observador.

Ainda que o novo líder do PS não concorde com o fundo Medina, o ministro das Finanças foi perentório: “Estou certo de que eu e Pedro Nuno convergimos numa preocupação: a partir de 2026 Portugal não terá PRR e se não tiver alternativa de investimento nacional que compense vamos ter anos de menor investimento económico.”

Medina esclareceu que o que Pedro Nuno Santos referiu “tem a ver com o financiamento”, deixando claro que fundo que estava desenhado não era soberano. “O desafio que país terá de 2026 para a frente deve levar-nos a agir agora, ou se compensa [o investimento], ou PIB vai cair”, assegurou.

Relativamente à questão da justiça, Fernando Medina entende que este não é um período para se fazer “particulares manifestações sobre o Ministério Público”, mas revela que no caso da casa de Luís Montenegro, e à consequente reação do líder do PSD, “deu-se legitimidade a uma simples denúncia anónima que pode ser feita por qualquer pessoa”.

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