A porta-voz do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu, esta segunda-feira, que este tem “total confiança” no seu secretário da Defesa, Lloyd Austin, apesar do seu atraso em informá-lo da sua recente hospitalização. Esta declaração surge num contexto de crescente controvérsia relacionado com o incumprimento por Austin das normas de protocolo, havendo republicanos a exigir a sua demissão.
“O que importa é que ele regresse ao Pentágono”, declarou a porta-voz presidencial, Karine Jean-Pierre, a bordo do avião que transportava o democrata de 81 anos para a Carolina do Sul.
O dirigente do Pentágono (Departamento da Defesa), internado num hospital militar próximo de Washington a 1 de janeiro “devido a complicações surgidas na sequência de um procedimento médico não-urgente”, ainda lá se encontrava esta quarta-feira.
“Poderia ter procedido melhor para garantir que os cidadãos eram devidamente informados. Comprometo-me a fazer melhor”, declarou Lloyd Austin no sábado, num comunicado. “Assumo toda a responsabilidade pelas minhas decisões”, afirmou, acrescentando que estará “em breve de regresso ao Pentágono”.
A sua hospitalização na segunda-feira, 1de janeiro, só foi tornada pública na sexta-feira à noite, 5 de janeiro, pelo Departamento da Defesa, contrariando o protocolo.
A Casa Branca só foi informada quatro dias após a entrada de Austin no hospital, segundo a comunicação social norte-americana.
“Não há outro plano a não ser manter o secretário Austin no seu cargo”, insistiu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, que também viaja com Joe Biden. “Ele já retomou todas as suas responsabilidades”, acrescentou.
O Pentágono tinha informado na sexta-feira à noite que o seu dirigente tinha voltado ao trabalho a partir do hospital. Kirby indicou, contudo, que o executivo norte-americano vai “debruçar-se sobre os procedimentos” para decidir se “serão necessárias mudanças” em termos de comunicação. Não forneceu quaisquer pormenores sobre o estado de saúde ou a intervenção a que foi submetido o secretário da Defesa.
Vários opositores republicanos de Biden, a começar pelo seu provável adversário nas eleições presidenciais de novembro próximo, Donald Trump, exigiram a demissão de Lloyd Austin. Diversos conservadores consideraram também que o caso revela uma falta de autoridade ou de competência da parte do Presidente norte-americano.