O Presidente chinês, Xi Jinping, instou esta terça-feira o Partido Comunista da China (PCC) a reformar-se e a intensificar a luta contra a corrupção, durante a sessão plenária do poderoso órgão anticorrupção do Partido.
Numa análise dos resultados da luta contra a corrupção na última década, Xi destacou uma “vitória esmagadora”, mas alertou para o facto de a situação ser ainda “grave e complexa”, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.
O secretário-geral do PCC sublinhou a necessidade de abordar as raízes e as condições da corrupção para garantir o desenvolvimento saudável do país.
Xi sublinhou a importância de 2023 como o primeiro ano de implementação dos princípios estabelecidos durante o 20.º Congresso do PCC, durante o qual foi eleito para um terceiro mandato sem precedentes entre os seus antecessores nas últimas décadas, e sublinhou que a reforma do Partido é essencial para escapar ao “ciclo histórico de expansão e recessão”.
Sem precedentes. Xi Jinping reforça poder e é eleito por unanimidade para terceiro mandato até 2028
De acordo com a Xinhua, cerca de 470.000 casos de corrupção foram apresentados pelas agências de supervisão e disciplina nos primeiros nove meses do ano passado.
Isto resultou na abertura de investigações a 45 funcionários do Comité Central do PCC, a liderança máxima do Partido, o número mais elevado dos últimos dez anos.
As declarações de Xi foram feitas depois de a Comissão Central de Supervisão e Disciplina, o braço anticorrupção do Partido Comunista da China ter anunciado, na segunda-feira, que vai intensificar a pressão e as punições contra casos de corrupção em setores como as finanças, tabaco ou desporto, como parte da sua estratégia para prevenir e resolver “riscos sistémicos de corrupção”.
A luta contra a corrupção no setor financeiro, que está ativa há vários anos, resultou até agora na acusação de vários funcionários de organismos reguladores e de quadros superiores de empresas.
A indústria do tabaco, de grande importância económica nas províncias produtoras de tabaco do centro e do sul do país, tem sido alvo de atividades ilícitas.
As autoridades anunciaram em outubro passado que Ling Chengxing, antigo presidente da Administração do Monopólio do Tabaco do Estado chinês, está a ser investigado por alegadas “violações graves” da lei.
O desporto não foi poupado em 2023. Vários membros da Associação de Futebol da China e até o antigo selecionador chinês Li Tie foram acusados de corrupção.
O presidente da Superliga Chinesa, Liu Jun, também foi afastado por “violações regulamentares”.
Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, considerada a mais persistente e ampla na história da República Popular.
A campanha levou à punição de milhões de funcionários e revelou grandes casos de corrupção, mas alguns críticos sugeriram que também está a ser usada para destruir as carreiras de rivais políticos de Xi.