Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde de Aníbal Cavaco Silva, aproveitou a sua intervenção na convenção organizada pela Aliança Democrática para deixar uma crítica indireta a Pedro Passos Coelho, que não marcou presença nesta convenção — o antigo primeiro-ministro não foi convidado pela direção do PSD a estar presente no Estoril. “Estou aqui porque resolvi vir aqui. Ninguém me convidou. Não é um tempo de cerimónias. É um tempo em que precisarmos de estar todos mobilizados”, afirmou a atual presidente da Fundação Champalimaud.
Desdobrando-se em elogios a Luís Montenegro, que teve a “difícil e bem-sucedida experiência de quem teve de defender na Assembleia da República um governo patriota que teve a cruel tarefa de libertar o país da miséria criada por outros”, Leonor Beleza defendeu que este não era “um tempo para aventureiros”, mas “para gente com coragem”, capaz de “mobilizar equipas dedicadas”. Não é tempo de suscitar medos, ameaças e riscos”, defendeu-se, parecendo referir-se indiretamente à estratégia seguida por André Venutra.
Ao mesmo tempo, continuou a antiga ministra, “os perigos que enfrentamos sugerem prudência, maturidade, reflexão”. Desta vez, o adversário era mesmo Pedro Nuno Santos. “É preciso tomar decisões, sim. É bom fazer, sim. Mas o que é mesmo bom é decidir e fazer depois de refletir e escolher consciente e ponderadamente.”
Centrando-se essencialmente nos problemas de acesso à Saúde, nas condições dos profissionais e no excesso de mortalidade que se vai registando no país e que continua sem uma explicação cabal, Lenor Beleza defendeu que o país não poderia resignar-se ao estado atual de coisas. “A AD não é duas letras, não é um símbolo, não é uma reedição, é um sinal de esperança, é um sinal de mudança e um caminho de vitória.”
Portas vai estar na convenção da Aliança Democrática. Passos Coelho ausente