Chegou a emitir mais luz do que durante a Lua Cheia. Passavam três minutos das oito da noite em Portugal deste domingo, mais uma hora em Espanha, quando uma enorme bola de fogo atravessou o sul da Península Ibérica e iluminou o céu. Tratou-se de um meteoro, um fragmento de rocha que se soltou de um cometa e se incendiou ao roçar a nossa atmosfera, causando depois no seu trajeto várias explosões que partiram a pedra em pedaços. Mas nenhum desses fragmentos chegou ao solo.

Quem faz a descrição do que se passou é o astrofísico José María Madiedo, do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC), depois deste evento ter sido registado não só por várias câmaras de smartphones nas redes sociais, mas também pelos detetores de várias estações do projeto SMART em Espanha (Huelva, Toledo, Granada ou Sevilha, por exemplo). O SMART foi desenvolvido pela Southwestern European Firefighter e Meteor Network (SWEMN Network), que monitoriza continuamente a atmosfera para observar e analisar o impacto de possíveis objetos do Sistema Solar contra o nosso Planeta.

Neste caso, o meteoro que se desprendeu de um cometa entrou na atmosfera em Espanha, perto de Badajoz, a cerca de 89 mil km/h. A esta velocidade, mal roçou a nossa atmosfera, o pedaço de rocha aqueceu de tal forma que atingiu vários milhares de graus centígrados. Acabou por se incendiar a cerca de 101 km de altitude.

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Foi assim que se tornou a tal bola de fogo que muitos puderam observar no céu, quando avançou em direção ao sul, já em Portugal. Ao longo dessa trajetória, que terá terminado perto de Huelva, já apenas a 40 km de altura, sofreu então várias explosões, em que ficava mais luminosa, partiu-se em vários bocados. Mas nenhum deles acabou por chegar intacto ao solo, ficando em órbita.

O meteoro terá percorrido uma distância total de 111 km na atmosfera terrestre, mesmo já fragmentado.