Os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovaram esta sexta-feira por unanimidade comparticipar em 2,5 milhões de euros as obras de requalificação do Coliseu do Porto, cabendo à Câmara Municipal do Porto pagar 350 mil euros.
Dos 17 municípios que compõem a AMP, sócia da Associação Amigos do Coliseu do Porto, a autarquia do Porto, liderada pelo independente Rui Moreira, é quem assume a maior fatia (350 mil euros), seguindo-se Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Trofa, Santo Tirso, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim – classificados como municípios da primeira coroa metropolitana – com uma comparticipação cada de 175 mil euros, segundo a proposta aprovada esta sexta-feira no Conselho Metropolitano do Porto e a que a Lusa teve acesso.
Aos municípios da segunda coroa metropolitana — Arouca, Paredes, São João da Madeira, Vale de Cambra, Espinho, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira — e onde Valongo se quis incluir, cabe-lhe uma comparticipação de 5.000 euros.
A aprovação deste apoio financeiro surge depois de, em dezembro de 2023, sete dos 17 municípios da AMP votarem contra a proposta de comparticipação para as obras de reabilitação do Coliseu do Porto, cujo apoio tinha sido aprovado por unanimidade das autarquias presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro.
À época a decisão foi contestada pela Câmara Municipal de Valongo que, ausente da respetiva reunião de trabalho, defendeu que a mesma não era válida porque o encontro não tinha poder deliberativo, dado exigir a presença de todos os municípios da AMP.
O presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, assumiu que a proposta é equilibrada, tendo a sua aprovação sido importante porque garantiu que a participação na empreitada é metropolitana, embora feita a diferentes níveis de participação dos municípios.
“Temos muito orgulho no Coliseu do Porto”, afirmou o também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Já o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, criticou a posição do Município de Valongo por não querer contribuir para a requalificação daquela sala de espetáculos.
“Vejo com muita preocupação a posição de Valongo de não querer contribuir com a obrigação que tem. Ao menos que tenha a coragem de dizer que quer sair da AMP porque espírito metropolitano é algo que Valongo não tem”, disse.
Na resposta, a vice-presidente da Câmara de Valongo, Ana Maria Martins Rodrigues, lamentou que se ponha em causa a solidariedade de Valongo na AMP por ter tido uma posição discordante.
Apesar de abraçar a proposta, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, adiantou querer sair da Associação Amigos do Coliseu, motivo pelo qual irá apresentar uma proposta nesse sentido “muito brevemente”.