O robô norte-americano Perseverance, que chegou a Marte há cerca de três anos, confirmou que a cratera Jezero, onde pousou, teve no passado um lago, foi esta sexta-feira divulgado.
O engenho, do tamanho de um carro, pousou em Marte em 18 de fevereiro de 2021 como parte de uma missão liderada pela agência espacial norte-americana (NASA) que visa procurar sinais (bioquímicos) de vida microbiana passada no planeta.
Esta missão será completada na década de 2030 por uma outra, com a parceria da agência espacial europeia (ESA), através do envio inédito de amostras de rocha, solo e poeira marcianos para a Terra para serem estudadas.
A escolha do sítio de aterragem do robô Perseverance, equipado com vários instrumentos científicos, não foi casual, uma vez que os cientistas sempre admitiram que na cratera Jezero terá existido há 3,5 mil milhões de anos um lago, fonte de água líquida, elemento essencial para a vida tal como se conhece.
Uma nova investigação publicada esta sexta-feira na revista científica Science Advances, e que se baseia em dados recolhidos pelo robô da NASA, concluiu que, em algum momento, a cratera Jezero foi um lago, tendo camadas de sedimentos no fundo.
O lago terá encolhido posteriormente e os sedimentos transportados pelo rio que o alimentavam formaram um enorme delta (planície aluvial situada na parte terminal de um rio e resultante da acumulação de sedimentos).
À medida que o lago desapareceu com o tempo, os sedimentos entraram em erosão, formando as características geológicas que hoje são visíveis na superfície, sustenta em comunicado a universidade norte-americana da Califórnia, que participou no estudo.
Segundo informações do subsolo recolhidas pelo radar do Perseverance, os períodos de deposição e erosão sedimentar ocorreram ao longo de eras de alterações ambientais, confirmando que as inferências feitas pelos cientistas sobre a história geológica da cratera Jezero, baseadas em imagens obtidas de Marte a partir do espaço, são precisas.
As imagens de radar revelaram ainda que os sedimentos são regulares e horizontais, à semelhança dos sedimentos depositados nos lagos na Terra.
Apesar de inóspito, Marte é considerado o planeta do Sistema Solar mais parecido com a Terra. Estruturas geológicas demonstram que, há muito tempo, a água líquida abundava na superfície do “planeta vermelho”.
De acordo com os cientistas, o planeta teve, no passado, um oceano maior do que o Ártico.
Estudos mencionaram anteriormente, com base em observações feitas em órbita e na superfície, a presença de água líquida salgada e gelada em Marte.